No ano em que a Constituição do Brasil completa 30 anos de existência e a Declaração Universal dos Direitos Humanos (DUDH) chega aos 70 anos de existência, o País vive uma escalada da violência e de discursos de ódio tomando as ruas e as redes sociais.
Nos últimos dias, diversos atos de violência ligados a temas políticos foram relatados e noticiados por todo o País. Na madrugada da última segunda-feira (8), por exemplo, o mestre de capoeira e compositor Romualdo Rosário da Costa, de 63 anos, mais conhecido como mestre Moa do Katendê foi morto com doze facadas desferidas por um defensor, confesso, do candidato à presidência do qual Moa afirmava discordar politicamente.
A morte de Moa, na avaliação do senador eleito Jaques Wagner (PT-BA), por motivação política é inaceitável. “É deplorável que a diversidade de posicionamentos, a maior riqueza da democracia, motive perseguições e até mortes. Ou voltamos à normalidade democrática com garantia da liberdade de opinião e respeito às diferenças ou viraremos um faroeste, uma terra sem lei”, disse.
O crime também foi lembrado pelo conselheiro do Conselho Nacional de Direitos Humanos (CNDH), Gilberto Vieira, nesta quinta-feira (11). “Não posso deixar, como negro, como capoeirista, como defensor de direitos humanos, de lembrar do mestre Moa do Catendê, que foi brutalmente assassinado”, declarou.
Nesta quinta, o secretário-geral da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), dom Leonardo Steiner, também se manifestou acerca da escalada de violência. Em nota, ele lembrou que a Campanha da Fraternidade deste ano tratou de “forma profunda” sobre a mobilização pela superação da violência.
Recentemente, o diretor do Centro de Informação das Nações Unidas para o Brasil (UNIC Rio), Maurizio Giuliano, participou no fim de setembro de evento, no Rio de Janeiro, para lembrar os 70 anos da Declaração Universal dos Direitos Humanos (DUDH).
O diretor, na oportunidade, falou sobre defensores dos direitos humanos brasileiros que perderam a vida ao realizar seu trabalho, como a vereadora Marielle Franco e lembrou inúmeros casos de policiais mortos por defender o direito de todos de viver em um País sem crime.
“Todos defendemos o direito à liberdade de expressão, o direito de participação política, o direito de não ser morto por isso. Sem esses direitos, um país já não seria democrático. A democracia é um direito. Sem o direito de liberdade de expressão, ninguém estaria gozando dos seus direitos humanos plenamente”, declarou Giuliano na ocasião.
Com informações da ONU Brasil