Combate ao narcotráfico e crimes ambientais nas fronteiras da Amazônia

Cerca de 8,5 mil militares e uma centena de agentes civis participam, a partir desta quarta-feira (2), da maior ação conjunta das Forças Armadas na região Norte do país. A Operação Ágata 4 vai abranger os estados do Amazonas, Pará, Amapá e Roraima, além das fronteiras com a Venezuela, Suriname, Guiana Francesa e Guiana.

Nas próximas semanas, tropas da Marinha, Exército e Aeronáutica estarão patrulhando, com apoio da Polícia Federal e da Força Nacional de Segurança Pública, uma área de cinco mil quilômetros entre a foz do Rio Oiapoque até o município de Cucuí, no Amazonas. O objetivo das missões é buscar garimpos irregulares, pistas clandestinas, clandestinos, ações de madeireiros, tráficos de drogas e de pessoas e crimes ambientais.

“Estamos efetivamente prontos para o início da operação. Atuaremos de forma integrada com as demais forças e entidades participantes”, garantiu o general-de-brigada Franklimberg Ribeiro de Freitas, chefe do Centro de Operações do CMA, ao dar as diretrizes para o início da operação.

A iniciativa integra o Plano Estratégico de Fronteiras (PEF), lançado em junho de 2011 pela presidenta Dilma Rousseff. O plano é coordenado pelo vice-presidente, Michel Temer, junto aos Ministérios da Justiça e da Defesa.

Ações sociais

Além das ações militares, a Ágata 4 também prevê ações sociais, para ajudar as populações locais que enfrentam problemas com as enchentes do rio Negro e seus afluentes, como os ribeirinhos.

Nesta quarta edição, a operação será executada pelo Comando Militar da Amazônia (CMA), sob a coordenação das Forças Armadas brasileiras.  O vice-presidente da República, Michel Temer, e o ministro da Defesa, Celso Amorim, devem visitar pontos da Ágata ainda neste mês. No âmbito do Plano Estratégico de Fronteiras (PEF), existem duas mobilizações de patrulhamento fronteiriço: a Ágata, de caráter pontual, com data marcada para começo e término; e a Operação Sentinela, comandada pelo Ministério da Justiça, que constitui uma ação de caráter permanente nas divisas do Brasil com os países sul-americanos.

Navio-hospital

Segundo o Ministério da Defesa, nesta terça-feira (1) o hospital de campanha da Força Aérea (que é montado em uma balsa) se deslocou em direção ao município de Barcelos, a 490 quilômetros de Manaus, para prestar atendimento aos seus moradores e à população do distrito de Moura. O hospital tem capacidade de atender entre 350 e 400 pacientes por dia e sua função é dar assistência às populações situadas em regiões mais vulneráveis, onde predomina a ausência de assistência médica.

Até a próxima quarta-feira (9), uma equipe de 38 profissionais do serviço médico atenderá moradores nas especialidades de clínica médica, ginecologia, geriatria, pediatria, odontologia, ortopedia e dermatologia. O hospital tem condições de realizar exames de raio-X, ultrassonografia e hemogramas. Os resultados são fornecidos na hora.

“Caso sejam comprovadas doenças mais graves, os pacientes serão encaminhados a centros médicos de Manaus”, afirmou o tenente-coronel médico Roberto Thury, comandante do hospital de campanha. Ele informou que os equipamentos já foram usados em tragédias no Haiti e México, além do Paraná e Rio de Janeiro, nas enchentes mais recentes.

Equipamentos de ponta

De acordo com o Ministério da Defesa, além do navio-hospital, a Força Aérea Brasileira (FAB) usará, na Ágata 4, outros equipamentos de ponta, como aviões de caças capazes de perseguir e interceptar voos clandestinos;  aviões de sensoriamento remoto – que utilizam os modernos sensores para localizar pistas clandestinas – utilizadas pelo narcotráfico; e helicópteros que podem decolar com equipe para controle de solo (especialmente treinada para deter tripulantes de voos ilícitos e preservar provas até a chegada da Polícia Federal). Além de radares que podem ser posicionados em pontos estratégicos para vasculhar os céus da fronteira, em busca de aeronaves suspeitas.

Ministério da Defesa

Portal Planalto

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