Os brasileiros já não aceitam mais Jair Bolsonaro. Milhares de pessoas foram às ruas, neste sábado (29), em mais de 200 cidades do país e do exterior, pedir a saída daquele que, com sua gestão criminosa da pandemia, levou o Brasil a alcançar a inaceitável marca de 460 mil mortos por Covid-19. Convocados pela Frente Fora Bolsonaro, os atos foram apoiados pelo Partido dos Trabalhadores, com vários de seus parlamentares (veja declarações abaixo) e milhares de seus militantes aderindo. A presidenta nacional do PT, Gleisi Hoffmann, participou do ato em São Paulo, acompanhada do secretário Nacional de Comunicação, Jilmar Tatto.
Nem mesmo o medo de se infectar — uma vez que Bolsonaro, após recusar vacinas, só imunizou completamente 10% dos brasileiros — segurou mais a população em casa. Como dizia um cartaz visto no protesto em Teresina, “se um povo protesta e marcha em meio a uma pandemia, é porque seu governo é mais perigoso que o vírus” (veja galeria de fotos). Seja em cidades menores, seja nas capitais, as ruas acabaram tomadas de cidadãos que gritaram palavras de ordem e seguraram cartazes em defesa da vacina e do impeachment e denunciando o genocídio praticado pelo atual presidente e seus ministros. “Decidimos, num ato extremo, fazer um ato de rua, tomando todos os cuidados possíveis para mostrar solidariedade ao povo brasileiro. Nós estamos cansados, exauridos do sofrimento por que passa o Brasil, por isso estamos aqui”, discursou Gleisi Hoffmann.
Algumas cidades, como Rio de Janeiro, Brasília e São Paulo reuniram dezenas de milhares de pessoas, mostrando o que as pesquisas já vêm revelando: a maioria do povo quer Fora Bolsonaro já. Na Avenida Paulista, por volta das 17h, uma hora depois do início do protesto, já não era mais possível ver onde começava e onde terminava a onda de manifestantes.
Atos começaram cedo
Os protestos começaram cedo, com grande parte das cidades programando seus atos para o período da manhã. Em todos os locais, numa prova de cidadania, não havia manifestantes sem máscara. Todos também buscaram respeitar o distanciamento social, marchando ou se postando a alguns metros uns dos outros, e muitos compartilhavam álcool em gel.
Em Brasília, por volta das 9h, o Eixo Monumental, uma avenida com 16km de extensão, estava com duas de suas faixas completamente tomadas por uma carreata. O protesto continuou, depois, com milhares de pessoas indo a pé até o Congresso Nacional. Estimativas apontaram que, ao todo, entre 18 mil e 30 mil pessoas participaram.
No Rio de Janeiro, os manifestantes começaram a concentração por volta das 10h na Praça Mauá e seguiram, depois, a pé, até a Candelária, no Centro, que ficou completamente tomada. Entre as causas defendidas, estavam a aceleração do ritmo de imunização, o auxílio emergencial de R$ 600 e o fortalecimento do Sistema Único de Saúde (SUS).