A bancada do PT no Senado ingressou nesta terça-feira (28) com notícia-crime junto ao Supremo Tribunal Federal (STF) solicitando a quebra de sigilo de dados do presidente Jair Bolsonaro para apuração de indícios de crimes praticados pelo chefe do Poder Executivo relatados pelo ex-presidente da Petrobras, Roberto Castello Branco.
De acordo com reportagem do site Metrópoles, durante uma discussão em um grupo de economistas, Castello Branco afirmou que devolveu seu celular corporativo à estatal, ao deixar o comando da empresa, com material que poderia incriminar o presidente.
“No meu celular corporativo tinha mensagens e áudios que poderiam incriminá-lo. Fiz questão de devolver intacto para a Petrobras”, disse o ex-presidente da estatal numa das mensagens, que chegou a se referir a Bolsonaro como “psicopata”.
“Já ouvi de seu Presidente psicopata que nos vagões dos trens da Vale que dentro da carga de minério de ferro vendido para os chineses ia um monte de ouro. O que você difunde é uma versão adaptada para o Petróleo”, disse Castello Branco.
Na avaliação dos senadores, a mensagem de Roberto Castello Branco aponta, no mínimo, ser de ciência de Bolsonaro uma operação por parte da Petrobras, empresa em que a União é investidora, a remessa de ativo mineral de alto valor, à margem de procedimentos claros e legítimos.
Na peça, os senadores também apontam existirem elementos que apontem para a prática de crimes de responsabilidade por parte de Bolsonaro, dentre eles, a gestão temerária de uma empresa estatal.
“As palavras enunciadas pelo ex-presidente da Petrobras – nomeado pelo presidente Jair Bolsonaro– apontam para fatos que muito vulneram a lisura e licitude de conduta do Presidente da República e, em que pese não haja um contorno claro de tipificações, são contundentes os indícios de crime de responsabilidade, e impõem a busca por meio de prova que será o mais contundente”, argumentam os senadores no documento enviado ao STF.
Além dos dados telefônicos e telemáticos dos celulares funcionais de Bolsonaro e Castello Branco, os senadores também pedem à Procuradoria Geral da República (PGR) o oferecimento de denúncia contra Bolsonaro por práticas “deletérias ao Estado de Direito”.