Em votação simbólica, Senado aprova liberação de inibidores de apetite

Humberto Costa protestou contra atropelo na votação e anunciou que recorrerá da decisãoO plenário do Senado aprovou, nesta terça-feira (2), em votação simbólica - e contestada pelo líder do PT, Humberto Costa - o projeto de decreto legislativo (PDS 52/2014), que libera a utilização de inibidores de apetite à base de anfetaminas. A matéria já havia sido aprovada pela Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), com voto contrário da bancada petista. A matéria segue agora para promulgação do Congresso Nacional.

Em votação simbólica, Senado aprova liberação de inibidores de apetite

Humberto Costa (PE), que é médico e foi ministro da Saúde no primeiro governo Lula, tentou argumentar que a matéria não poderia tramitar por meio de decreto legislativo: “Esse instrumento só deve ser usado quando algum ente do Poder Executivo extrapola de sua capacidade normativa”, disse, lembrando que definir os medicamentos que podem ou não ser comercializados é exatamente a função da Anvisa. “Logo, a resolução da Anvisa cumpre exatamente o que a Lei determina”, disse.

 

Em outubro de 2011, a Agência baixou uma resolução, proibindo o uso de medicamentos inibidores de apetite à base de anfetaminas. Imediatamente, a decisão causou reações de endocrinologistas e grandes laboratórios farmacêuticos, que pressionaram pela liberação do medicamento.

 

Para o líder, o Senado extrapola de suas funções ao “se arvorar da condição de expert no que diz respeito aos inibidores de apetite”. Ele lembrou que a resolução da Anvisa baseou-se em critérios técnicos, levando em conta decisões de outros países.

 

Logo depois de a resolução ser publicada, a discussão chegou ao Congresso Nacional por meio de um projeto de decreto legislativo apresentado pelo deputado Beto Albuquerque (PSB-RS), que defende a liberação dos medicamentos, apesar dos riscos apontados pela Vigilância Sanitária.

A matéria foi aprovada em votação simbólica, apesar dos protestos de Humberto, que pediu verificação de quórum ao presidente da sessão, Jayme Campos (DEM-MT). Ele negou, preferindo atropelar o regimento. O líder petista anunciou que recorrerá da decisão.

 

Clique aqui e veja o que estabelece o Decreto Legislativo.

 

Giselle Chassot

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