A cada dia que passa fica mais explícita a tentativa de Bolsonaro comprar os votos das famílias mais pobres com medidas emergenciais às vésperas das eleições. Passado o pleito com a vitória do ex-presidente Lula para governar o Brasil pela terceira vez, Bolsonaro voltou a adotar a mesma postura que teve nos últimos anos com relação aos investimentos na área social. Tratar com desdém aqueles que passam fome e convivem com a insegurança alimentar.
Reportagem desta quarta-feira (7), veiculada pelo UOL, mostra que o Bolsa Família, atual Auxílio Brasil, voltou a ter fila de espera de famílias para ingresso tão logo se passou o segundo turno da eleição. Dados do Ministério da Cidadania mostram que em novembro havia 127,9 mil cadastros de pessoas habilitadas para receber o benefício, mas que ficaram de fora.
A fila para entrada no programa estava zerada desde agosto, quando 1,5 milhão de famílias foram incluídas após a aprovação da PEC que liberou recurso extra para o programa, garantido a inclusão de todas as famílias aptas à época e reajustando o piso do programa de R$ 400 para R$ 600.
Ainda segundo o levantamento realizado por Carlos Madeiro, o governo Bolsonaro inseriu na folha de novembro do programa 500 mil novas famílias.
“Entretanto, o total de cadastros aptos para receber o auxílio era maior: 627,9 mil famílias, gerando o déficit. O governo não informou o motivo da não inclusão dessas pessoas”, relata o jornalista na matéria do UOL.
Para efeito de comparação do modus operandi de Bolsonaro em relação aos mais pobres, no final de 2021, foi registrada a maior fila da história do programa, com 2,7 milhões delas esperando o benefício.
A realidade somada ao orçamento fantasioso enviado pelo atual governo ao Congresso para o ano de 2023 mostra como se faz indispensável a aprovação da PEC 32/2022 – PEC do Bolsa Família – que permitirá o pagamento do valor de R$ 600 para o próximo ano além de R$ 150 adicionais para famílias com crianças até seis anos.
“Garantir esses recursos é prioridade para o Brasil e deve ser o nosso compromisso no Congresso Nacional”, disse o senador Fabiano Contarato (PT-ES), após a aprovação da proposta na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) no dia de ontem. “Esse é o primeiro grande passo do governo Lula para dar dignidade àqueles que mais precisam e promover a retomada do crescimento sustentável do país”, completou o senador.
A senadora eleita Teresa Leitão (PT-PE) também comemorou a aprovação da PEC na CCJ e apontou a necessidade urgente de o próximo governo atender milhões de pessoas que, hoje, passam fome no Brasil.
“É para comemorar a aprovação da PEC do Bolsa Família hoje, na Comissão de Constituição e Justiça do Senado. Milhões de brasileiros estão com fome, precisando muito de apoio”, apontou.