O retorno do Brasil para uma cúpula estendida do G7, grupo que reúne sete das oito principais economias do mundo, mostra a volta do protagonismo internacional do país com a chegada de Lula à Presidência da República. Essa é a sétima vez que Lula participa da Cúpula do G7. As seis primeiras ocorreram nos dois primeiros mandatos, entre 2003 e 2009. Desde então, o Brasil não comparecia a um encontro do grupo.
Desta vez, o presidente do Brasil cumpre uma agenda intensa, que terá pelo menos sete encontros bilaterais. Lula também participará de três sessões temáticas do G7, que ocorre na cidade de Hiroshima, no Japão.
Nesta sexta-feira (19/5), Lula se encontrou com o premiê da Austrália, Anthony Albanese, e destacou a retomada da prioridade do Brasil à proteção do meio ambiente e da biodiversidade. Albanese, por sua vez, ressaltou a importância da eleição de Lula em 2022, especialmente em relação à defesa do meio ambiente.
Durante a cúpula do G7 também serão abordados temas como segurança alimentar, os problemas causados pela inflação e o endividamento das nações em desenvolvimento, ações de combate às mudanças climáticas, fortalecimento do sistema mundial de saúde e a guerra na Ucrânia.
Para o líder do PT no Senado, Fabiano Contarato (ES), a volta do país ao G7 representa um avanço nas relações internacionais do Brasil e será mais uma chance de o presidente Lula estreitar laços com parceiros comerciais, colocar a pauta ambiental como prioridade e se colocar como possível mediador no esforço pelo fim do conflito entre Rússia e Ucrânia.
“Além dos importantes acordos e parcerias que o presidente Lula tem feito em suas viagens internacionais, o encontro com os representantes do G7 se mostra fundamental para que o Brasil se coloque como protagonista na mediação pelo fim do conflito entre Ucrânia e Rússia. A viagem também servirá para o presidente mostrar ao mundo que a proteção ao meio ambiente voltou a ser prioridade do Brasil”, avalia Contarato.
Viagens anteriores renderam acordos bilionários ao país
Em recente viagem à China e aos Emirados Árabes Unidos, o presidente Lula fechou acordos da ordem de R$ 62,5 bilhões – R$ 50 bi com os chineses e R$ 12,5 bi com o país árabe.
Em abril, durante visita ao continente europeu, Lula assinou 13 acordos e parcerias com Portugal, incluindo memorandos de entendimento entre as agências espaciais do Brasil e de Portugal, entre as agências de cinema dos dois países para coprodução audiovisual e da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) com diversos ministérios do governo português. Outros três acordos foram fechados com a Espanha para cooperação nas áreas de educação, trabalho e pesquisa científica.
Confira a íntegra da agenda do presidente Lula no G7
Na manhã de sábado (20/5), às 8h45 (20h45 de sexta no Brasil), o presidente se encontrará com o primeiro-ministro do Japão, Fumio Kishida. Kishida, na posição de presidente temporário do G7 e anfitrião do evento, convidou Lula para participar da cúpula, durante um telefonema no início de abril.
Às 10h de sábado (22h de sexta no Brasil), o presidente do Brasil fará a terceira bilateral da viagem, se encontrando com o presidente da Indonésia, Joko Widodo.
Após o almoço, às 15h (3h de sábado no Brasil), os líderes do G7 e dos oito países convidados (além do Brasil, foram chamados Índia, Indonésia, Austrália, Ilhas Cook, Comores, Coreia do Sul e Vietnã) e organizações internacionais farão a primeira sessão de trabalho da cúpula, com o tema “Trabalhando juntos para enfrentar múltiplas crises”.
Às 17h55 (5h55 no Brasil), Lula fará mais uma reunião bilateral, desta vez com o presidente da França, Emmanuel Macron.
Em seguida, às 18h25 (6h25 no Brasil), será realizada a segunda sessão de trabalho com os participantes da cúpula, com o tema “Esforços conjuntos para um planeta resiliente e sustentável”.
O último compromisso do sábado será às 20h (8h no Brasil), quando o presidente brasileiro irá se reunir com o primeiro-ministro da Alemanha, Olaf Scholz.
Na manhã de domingo (21/5), às 9h40 (21h40 de sábado no Brasil), todos os chefes de delegação e cônjuges farão uma visita ao Parque Memorial da Paz de Hiroshima. O evento inclui uma cerimônia de colocação de flores no local, em homenagem às vítimas da bomba atômica de Hiroshima.
Depois, às 10h30 (22h30 de sábado no Brasil), ocorre a terceira e última reunião de trabalho da cúpula do G7 com os países convidados, com o tema “Rumo a um mundo pacífico, estável e próspero”.
Após o almoço, às 14h30 (2h30 de domingo no Brasil), o presidente se reunirá com o secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), António Guterres.
Às 15h15 (3h15 no Brasil), Lula encontra o primeiro-ministro do Vietnã, Pham Minh Chinh.
Às 17h (5h no Brasil), o presidente se encontra com um grupo de empresários japoneses e representantes do banco de financiamento JBIC. Participarão representantes dos conglomerados Mitsui, NEC, Nippon Steel e Toyota.
Antes de embarcar de volta para o Brasil, na segunda-feira, o presidente Lula fará uma coletiva de imprensa às 8h (20h de domingo no horário de Brasília).