negacionismo

Bolsonaro escondeu mais de mil relatórios mostrando avanço da Covid

Reportagem da Folha de S. Paulo revela como Bolsonaro ignorou alertas de mais de mil relatórios e projeções sobre o aumento nos casos de Covid-19 durante a pandemia

Reprodução

Bolsonaro escondeu mais de mil relatórios mostrando avanço da Covid

Bolsonaro ignorou documentos produzidos pela Abin e GSI em que citam o distanciamento social e a vacinação como formas efetivas de controlar a Covid-19

O negacionismo disseminado por Jair Bolsonaro durante a pandemia ganhou mais elementos nesta sexta-feira (28/7) com a revelação, por parte da Folha de S. Paulo, de que o ex-presidente ignorou projeções de mortes e casos produzidos por agentes de inteligência de sua própria gestão.

De acordo com a reportagem, foram mais de mil relatórios produzidos para alertar sobre a seriedade da crise sanitária promovida pelo avanço da Covid-19, enquanto Bolsonaro pregava contra as medidas de enfrentamento à disseminação do vírus, desacreditava as vacinas e promovia aglomerações em eventos públicos. Ao mesmo tempo, o extremista fazia propagandas de medicamentos ineficazes contra o novo coronavírus.

O senador Humberto Costa (PT-PE) classificou o caso como “absurdo” e afirmou que os documentos revelados pela reportagem da Folha confirmam a ação criminosa do governo Bolsonaro durante a pandemia.  

“Os dados mostram aquilo que a gente passou meses denunciando na CPI da Covid: Bolsonaro foi cúmplice do vírus e atuou deliberadamente para enganar as pessoas. Mais de 700 mil pessoas morreram de Covid-19 no Brasil. O ex-presidente tem as mãos sujas de sangue”, destacou o senador Humberto Costa (PT-PE).

Nos documentos, ignorados e colocados sob sigilo pelo governo Bolsonaro, agentes da Agência Brasileira de Inteligências (Abin) e do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) citam o distanciamento social e a vacinação como formas efetivas de controlar a doença, mostram estudos que desaconselham o uso da cloroquina e alertam sobre possibilidade de colapso da rede de saúde e funerária no Brasil. Os relatórios vão no caminho defendido pela ciência, ao contrário do que defendia Bolsonaro.

A CPI da Covid chegou a revelar, durante as investigações, a criação de um gabinete paralelo para aconselhamento de Bolsonaro formado por negacionistas.

“Não bastava ter debochado da pandemia, imitado pacientes sem ar, tirado máscara de crianças, dito que não era coveiro, negado a ciência. O governo Bolsonaro foi cínico o suficiente para também esconder relatórios que alertavam para os riscos da Covid”, elencou o senador Fabiano Contarato (ES), líder do PT no Senado.

Ainda segundo a Folha de S. Paulo, os relatórios reconhecem a falta de transparência do governo Bolsonaro na divulgação dos dados da pandemia, além de lentidão do Ministério da Saúde para definir estratégias de testagem e combate à doença.

Até 31 de dezembro do ano passado, fim do desgoverno Bolsonaro, o Brasil havia registrado 693.853 óbitos causados pela doença.

To top