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A tesoura de Temer que leva o Brasil para o abismo

A tesoura de Temer que leva o Brasil para o abismo

Foto: Agência Câmara

A cada dia, o Brasil desce mais a ladeira com o ilegítimo Michel Temer e seu modelo de “gestão”  refém da camisa de força da ortodoxia econômica.

A selvageria do golpe que derrubou a presidenta legítima Dilma Rousseff expressa-se na realidade do dia a dia dos brasileiros. Acirra-se a crise econômica e social, verbas são cortadas para as escolas, hospitais, remédios, programas sociais e até a área de segurança. Com a tesoura na mão, Temer e Henrique Meirelles cortam tanto os gastos que estão implementandona prática a paralisação da máquina governamental.

Tudo está parado. Não há financiamento para investimentos, como se o tão idolatrado mercado fosse reagir num passe de mágica. Sem o apoio estratégico do Estado, caem as atividades econômicas e a arrecadação, é óbvio. Resolveu-se apelar agora para o aumento de impostos.

O exorbitante aumento do preços dos combustíveis é uma paulada no bolso da população. Em vez de onerar os mais ricos – privilegiados por uma legislação tributária única no mundo -, pune-se o povo. Vão aumentar ainda mais a recessão, pois pequenos e médios empresários não vão conseguir repassar os custos , podendo demitir funcionários.

O fato é que o modelo econômico é curso tem tudo para dar mais errado à medida que o tempo passa. Já faz mais de um ano que Temer assumiu o cargo e a situação só piora. O próprio jornal O Globo mostrou nesta segunda-feira (24) que os investimentos estão em queda livre, mostrando o grau de deterioração fiscal do País. Temer/Meirelles jogaram o investimento — principal alvo dos cortes de gastos — no chão.

É um cenário tenebroso. Obras importantes de infraestrutura, em que foram investisdos bilhões de reais, estão paradas por falta de recursos. São 10 mil obras, segundo levantamento do IPEA.  O  Brasil deve fechar 2017 com a pior taxa de investimento dos últimos 15 anos.

Chegamos ao nível mais baixo em 2003 (0,3%), justamente como reflexo de um modelo ortodoxo  implementado entre 1995 e 2002 pelo condomínio PSDB/DEM, dois partidos que hoje estão com o PMDB retomando a agenda desastrosa do governo FHC.

A inépcia do governo Temer é tão grande que já faltam hoje recursos para o custeio, que inclui o pagamento de prestadores de serviço e aluguéis. Não há solução à vista, o cenário é sombrio, já que o quadro fiscal agrava-se pela própria política econômica do governo.

Já são nove ministérios que até o começo deste mês consumiram 65% de seu orçamento, entre eles o da Educação, da Saúde, do Meio Ambiente, do Planejamento e o do Desenvolvimento Social e Agrário. Logo, nos próximos meses vão parar: não há mágica que os faça funcionar com o engessamento fiscal adotado pelo atual governo.

Temer é um campeão de dados negativos.

O Brasil tinha saído do mapa da fome e agora retorna a esse quadro assustador; a diplomacia brasileira perdeu a respeitabilidade, a destruição da Amazônia vai de vento em popa, temos mais de 14 milhões de desempregados.

Se Juscelino Kubistchek queria avançar 50 anos em 5, Temer parece querer retroceder 100 anos em 2, atacando todas as conquistas civilizatórias de décadas. Se?m? falar ?que conseguiu a proeza de ser o primeiro presidente no exercício do cargo denunciado por corrupção passiva.

Antes de chegarmos ao abismo, cabe à sociedade pressionar o Congresso para que haja antecipação das eleições para presidente da República, vice-presidente, senadores e deputados federais.

Só com eleições diretas, com um amplo debate sobre propostas ?para o país, que levem em conta os interesses nacionais e os da maioria da população, poderemos ter um governo legítimo e com respaldo popular que tire o Brasil do buraco.

Temer é o desastre em pessoa.

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