Violência no campo

Violência do latifúndio cresce no Pará, denuncia Paulo Rocha

“O governo tem se mostrado incapaz de coibir essa violência com medidas eficazes”, critica o senador
Violência do latifúndio cresce no Pará, denuncia Paulo Rocha

Foto: Alessandro Dantas

O senador Paulo Rocha (PT-PA) lamentou, nesta quarta-feira (9), o aumento da violência no campo registrado no ano de 2017 e divulgado em levantamento realizado pela Comissão Pastoral da Terra (CPT). No ano passado, foram registrados 70 assassinatos decorrentes de conflitos no campo, o maior número desde 2003.

O estado do Pará lidera o ranking com 21 pessoas assassinadas, sendo 10 no massacre de Pau D’Arco; seguido pelo estado de Rondônia, com 17, e pela Bahia, com dez assassinatos. Nos últimos 32 anos, entre 1985 e 2017, a região Norte contabilizou 658 casos com 970 vítimas. O Pará também é o estado que lidera o ranking do período no País, com 466 casos e 702 vítimas.

Na última sexta-feira (4), um grupo de dez famílias de agricultores, que estavam acampadas às margens do rio Araguaia, em São João do Araguaia, também no Pará, foram vítimas de tortura e ordenadas a sair do estado. O caso ocorreu faltando poucos dias para completar um ano o massacre de Pau D’Arco.

De acordo com informações da Comissão Pastoral da Terra (CPT), os pistoleiros estavam fortemente armados e usavam capuz para esconder a identidade. Eles chegaram ao local onde as famílias estavam em duas caminhonetes. Além dos adultos, entre eles uma mulher grávida de três meses, havia 11 crianças no acampamento, com faixa de três meses e 10 anos de idade.

“As formações de milícias têm sido recorrentes na região. Esse tipo de tragédia no campo tinha uma política de combate efetiva, na época dos governos Lula e Dilma, pois era prioridade do governo a busca de diálogo por meio da Ouvidoria Agrária Nacional. E, infelizmente, órgão foi extinto nos primeiros meses do governo Temer”, criticou Paulo Rocha.

Para o senador, é preocupante a incapacidade do atual governo em promover políticas públicas eficazes voltadas à geração de emprego e renda no campo, bem como promover a pacificação entre os povos que lá vivem.

“Os latifúndios, sentindo-se fortalecidos, voltam a usar a força bruta para expulsar, intimidar e criar pânico no campo, onde os índices de violência disparam novamente. O governo tem se mostrado incapaz de coibir essa violência com medidas eficazes”, lamentou.

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