Anatel fará “pente fino” nos planos telefônicos, diz ministro

Segundo Paulo Bernardo, medidas concretas para a melhoria do serviço terão que ser apresentadas, antes das vendas de chips.

A Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) irá fazer um “pente fino” nos planos apresentados pelas operadoras de telefonia móvel, antes de decidir sobre a suspensão das punições para as empresas. A informação é do ministro das Comunicações, Paulo Bernardo, assegurando que medidas concretas para a melhoria do serviço terão que ser apresentadas, antes da retomada das vendas de chips pelas empresas punidas.

Em evento organizado pela Associação Brasileira de Televisão por Assinatura (ABTA), nesta terça-feira (31/07), o ministro avaliou que a suspensão da punição às operadores poderá ocorrer já na próxima semana. Ele enfatizou que as empresas de telefonia celular têm de melhorar a relação com o consumidor, agilizando o atendimento nos call centers e assegurando mais presteza na resolução das queixas, além de aumentar os investimentos.

O presidente da Anatel, João Rezende, disse que algumas empresas aumentaram investimentos e outras anteciparam investimentos já previstos, mas que “o importante é resolver a questão da qualidade e o atendimento ao usuário”. “O principal é que atendam bem o consumidor e informem as condições de venda, e todas já manifestaram essa preocupação”, disse Rezende. Entre os aspectos técnicos, ele afirmou que os principais tópicos analisados nos planos das operadoras suspensas é o crescimento de tráfego associado aos congestionamentos de rede, que fazem as ligações caírem.

Mais estrutura

Em meio às negociações com as operadoras para que a Anatel encerre a suspensão das vendas de Claro, TIM e Oi, o ministro sinalizou que uma antiga reclamação das operadoras está sendo considerada: permissões para construção de novas antenas, limitadas em alguns locais do país.

“Nossa burocracia de fato é grande e tenho visto cidades que levam meses, para dizer o mínimo, para fazer tramitar um pedido para instalar antenas. Por outro lado, acho que os municípios têm razão quando cobram que precisamos compartilhar essa infraestrutura. Não precisa de quatro torres para atender quatro empresas”, disse Bernardo. “Inclusive vamos votar na Anatel um regulamento de competição que vai obrigar o compartilhamento de infraestrutura”, completou.

Ele ressaltou, porém, que há municípios com autonomia e que, nesses casos, deve haver negociação para instalação de antenas. “Só existem 250 municípios com legislação própria. Se fizermos essa lei, vai haver 5.200, 5.300 municípios que seguirão nossa legislação”, destacou.

Desde o dia 23, as operadoras de telefonia Claro, Oi e TIM estão impedidas de comercializar chips e serviços em estados onde lideraram os índices de reclamações sobre a qualidade de seus serviços. Segundo o ministro, uma das empresas que teve as vendas de chips de celular suspensas foi penalizada porque teve problemas no call center: sem conseguir falar com a operadora, os clientes reclamavam direto na Anatel. “Estou sem serviço e também não te dou a informação”, ironizou o ministro.

“Não podemos aceitar que você tenha lucros altos, venda bastante e não queira prestar serviços de boa qualidade não é nem o governo que não quer isso, a sociedade que não aceita, se não, o serviço definha”, disse o ministro Paulo Bernardo, se referindo a avaliações de analistas de que a suspensão das vendas mostra que não é seguro investir no país.

Com informações das agências online

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