Aníbal diz que situação dos haitianos chegou ao limite

Senador sugere restrição à entrada de imigrantes no Acre e pede providências da União.

Aníbal diz que situação dos haitianos chegou ao limite

Segundo Aníbal, o município não tem como
atender às demandas mais básicas desse
contingente inesperado de pessoas

Em pronunciamento nesta quarta-feira (7) ao plenário, o senador Aníbal Diniz (PT-AC) disse que a situação dos haitianos que lotam as ruas de Brasileia, no Acre, chegou ao limite. Ele pediu o apoio do Governo Federal e chegou a defender a restrição à entrada de imigrantes no estado, porque, segundo ele, “a situação chegou ao limite da exaustão”. Aníbal ainda defendeu a realização de uma reunião interministerial “e que sejam tomadas providências enérgicas para coibir a entrada irregular de haitianos, porque essa situação está absolutamente insuportável tanto para a população do município de Brasileia quanto para a prefeitura ou o governo do estado”.

A gravidade da situação dos haitianos, que entram irregularmente no Brasil e ocupam as ruas de Brasiléia, no Acre, foi o assunto de uma reunião entre parlamentares do estado e assessores do Ministério das Relações Exteriores.  Presente ao encontro, o senador relatou que os 900 cidadãos do Haiti, que lotam a cidade continuam sendo uma preocupação, mesmo depois da força-tarefa constituída para ajudar a dar uma resposta imediata no que diz respeito aos passaportes temporários e também em relação à documentação para que eles pudessem obter emprego no Brasil.

“Eles (haitianos) estavam tendo Brasileia como passagem. Eles entravam por Assis Brasil, conseguiam essa documentação em Brasileia e eram destinados para vários estados brasileiros”, recordou o senador, lembrando que agora a situação se agravou.  “Há vários meses, há pelo menos 900 haitianos cidadãos de 187 outras nacionalidades na cidade”, relatou. O senador disse que a situação chegou a “um limite de exaustão”, porque o município não tem como atender às demandas mais básicas desse contingente inesperado de pessoas e, também, porque Brasileia é uma cidade pequena, com dez mil habitantes.

O número de estrangeiros representa 10% da população local, que demanda equipamentos sociais – postos de saúde, agência bancária, espaços públicos de escolas. “Tudo isso traz um custo muito elevado para o governo do estado”, queixou-se o senador, lembrando que o Acre tem, hoje uma dívida firmada de pelo menos R$ 700 mil de alimentação para essas pessoas.

Ele pediu apoio e a atenção do Governo Federal a essas pessoas. “É chegado o momento de o Governo Federal adotar medidas restritivas e de o Ministério da Justiça tomar uma medida séria a esse respeito”, sentenciou o senador, acrescentando que pode ser “muito romântico dizer que a política de relações exteriores do Brasil estabelece apenas uma acolhida”.

Segundo ele, o problema é que essa acolhida tem custos ,exaustão física e financeira. “E o Governo do Acre é muito pequeno e muito pobre para estar bancando essa situação”, disse.

Restrições
O senador relatou que os agentes do Estado diretamente envolvidos nessa situação estão exauridos e o governo estadual montou um verdadeiro acampamento de guerra para atender aos imigrantes. “Aliás, nesse momento, acho que não existe, em lugar nenhum do mundo, um acampamento tão fora de propósito quanto esse no município de Brasiléia. Os haitianos têm acorrido para o Brasil usando uma rota construída por coiotes, num formato completamente irregular”.

“É preciso que o Governo brasileiro crie situações adequadas para somente entrada regular. Esse caminho irregular, por Assis Brasil vindo do Peru, nós temos que encontrar uma forma de barrar. E o Governo brasileiro, o Ministério da Justiça, tem a obrigação de tomar providência nesse sentido”, concluiu.

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