Aprovada transmissão hereditária da licença de táxi

A lei condiciona a transferência ao cumprimento de todos os requisitos exigidos por lei.

Aprovada transmissão hereditária da licença de táxi

Os filhos de taxistas falecidos se tornaram herdeiros diretos das autorizações para exploração do serviço, sem a necessidade de haver anuência prévia do Poder Público. A determinação deve começar a valer nos próximos dias, com a sanção presidencial da Medida Provisória (MP) 610/2010. O texto, que trata centralmente de ações de socorro aos produtores nordestinos atingidos pala maior seca dos últimos 50 anos, teve a nova resolução sobre as licenças de táxi incluída pelo Congresso Nacional.

“A morte de muitos taxistas, além do drama da
perda do familiar, causa uma crise econômica
na família que é sustentada exclusivamente
por aquela atividade”

Durante o processo de relatoria da MP 610, ainda na comissão mista que a analisou, o senador Eunício Oliveira (PMDB-CE) acatou uma emenda que insere três artigos na regulamentação da profissão de taxista (Lei 12.468/2011). As alterações na legislação, além de assegurar o direito de sucessão imediata da licença, condicionam a transferência ao cumprimento de todos os requisitos exigidos por lei para a exploração do serviço pelo sucessor. O novo taxista adquire ainda todos os direitos e obrigações de isenção tributária previstos na legislação.

Atualmente as regras de transferência da permissão de exploração do serviço de taxi são definidas pelas prefeituras. Na maioria dos casos, a morte do taxista implica no cancelamento automático da licença. Situação que, conforme lembrou o senador Lindbergh Farias (PT-RJ), deixa muitas famílias fragilizadas economicamente. “A morte de muitos taxistas, além do drama da perda do familiar, causa uma crise econômica na família que é sustentada exclusivamente por aquela atividade”, afirmou.

A transmissão do alvará de taxista por sucessão já havia sido aprovada pelo Congresso e vetada pela presidenta Dilma Rousseff em agosto de 2011. Episódio que não deve se repetir, graças a uma intensa negociação dos senadores Eunício, Gim Argello (PTB-DF) e Renan Calheiros (PMDB-AL) com o Palácio do Planalto. “Votamos e não terá veto”, destacou o senador Paulo Paim (PT-RS).

“É uma importante vitória para os taxistas. Destaco que estamos dando solução a uma situação de veto, graças a um entendimento. Ganha o Brasil, ganha o Nordeste, ganha o Piauí e ganham os taxistas”, completou o líder do PT no Senado, Wellington Dias (PI).

Catharine Rocha

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