O ataque à caravana que acompanhava o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em março, no Paraná, foi intencional, afirmou ontem (2) a Polícia Civil do Paraná. Segundo o delegado Helder Andrade Lauria, o atirador se posicionou e esperou a caravana passar para atirar.
“De acordo com as investigações realizadas até o momento pode-se afirmar que o disparo que atingiu o ônibus em questão foi intencional. Ou seja, a pessoa que disparou teve a intenção de atingi-lo”, diz o comunicado emitido pela Polícia Civil.
O delegado disse, contudo, que ainda não é possível afirmar o local exato dos disparos e também a motivação do criminoso.
[blockquote align=”none” author=””]“Se foi uma só pessoa que fez [os disparos], a pessoa planejou o ataque, direcionou o tiro. Quem fez isso sabia o que estava fazendo. Não podemos dizer que foi algo orquestrado e o que motivou. Mas, a pessoa não estava lá atirando em passarinhos e por acaso acertou o ônibus”, afirmou o delegado.[/blockquote]
No Twitter, o líder do PT no Senado, Lindbergh Farias (RJ) afirmou que o ataque contra a caravana é fruto do fascismo que se espalha pelo País para atacar as correntes de pensamento distintos. “Para quem minimizou o fascismo, está aí o resultado: o ódio se organiza para o extermínio da diferença”, disse o senador.
A senadora Regina Sousa (PT-PI), presidenta da Comissão de Direitos Humanos (CDH), afirmou que a divulgação do avanço nas investigações comprovam a existência do ataque e põe fim a teoria de que membros da própria caravana haviam sido os autores dos tiros. “Apesar de as investigações estarem longe do fim, a Polícia reconhece que houve o ataque. Na época, insinuaram que pessoas da própria caravana teriam atirado nos ônibus. Esperamos que as investigações prossigam e o caso não caia no esquecimento”, disse.
Segundo o laudo pericial divulgado em abril, um dos três ônibus da Caravana Lula Pelo Sul foi alvo de dois disparos na lataria no dia 27 de março na estrada entre Quedas do Iguaçu e Laranjeiras do Sul, no interior do Paraná. Nas investigações preliminares, peritos declararam que ocorreram dois disparos de armas calibre .320.
Eles teriam partido de uma área alta, provavelmente um barranco. O atirador estaria a cerca de 4,30 metros acima do ônibus, segundo apuração. Segundo Lauria, a Delegacia de Laranjeiras do Sul continua investigando o caso. De acordo com ele, não se sabe o autor dos disparos nem o que teria motivado o ataque. O delegado disse ainda que não poderia divulgar mais “detalhes” para não atrapalhar o andamento da investigação.
Com informações de agências de notícias