Ataque aos trabalhadores

Bolsonaro aproveita pandemia para retirar mais direitos de trabalhadores

Pacote de maldades atinge diretamente trabalhadores que já tem sofrido com os impactos da pandemia
Bolsonaro aproveita pandemia para retirar mais direitos de trabalhadores

Foto: Alessandro Dantas

Senadores da bancada do PT alertam para a nova ofensiva do governo Bolsonaro contra os trabalhadores por meio da Medida Provisória (MP) 1045/2021. A minirreforma trabalhista contém um pacote de maldades que atinge diretamente trabalhadores que já têm sofrido com os impactos da pandemia.

O texto que foi aprovado pela Câmara e chega para análise do Senado cria o Regime Especial de Trabalho Incentivado, Qualificação e Inclusão Produtiva (Requip), o Programa Primeira Oportunidade e Reinserção no Emprego (Priore) e o Programa Nacional de Prestação de Serviço Social Voluntário.

O Requip, por exemplo, cria modalidade sem carteira, apenas com um bônus e vale-transporte. O Priore, para jovens de 18 a 29 anos e trabalhadores acima de 55 anos (e desempregados há mais de 12 meses), também prevê bônus e FGTS menor.

“A MP 1045, aprovada pela Câmara, é mais uma ofensiva contra os direitos dos trabalhadores. Ela atinge os salários, o 13º, as férias remuneradas e o acesso à Justiça do Trabalho. Essas maldades do governo são inaceitáveis. Estamos de olho”, alertou o senador Paulo Paim (PT-RS).

Para ele, o governo se aproveitou do momento de crise econômica, social e sanitária, para passar a minirreforma trabalhista. “O objetivo é retirar direitos, flexibilizar conquistas trabalhistas e afastar os sindicatos das negociações coletivas”, explicou. “É justamente em momentos como este, de desemprego em alta, de pobreza e de miséria, que os trabalhadores mais precisam de proteção. A MP 1045, como está, afronta a dignidade. Mobilização, já!”, pediu Paim.

Pela MP original, em troca da redução ou suspensão de salários e jornada, trabalhadores recebem o pagamento de um benefício. As regras valem para quem tem carteira assinada e contratos de aprendizagem e jornada parcial. Mas o relator na Câmara, Christino Áureo (PP-RJ), acrescentou os três programas e trouxe diversos temas que já haviam sido derrubados anteriormente. Com isso, a minirreforma trabalhista fez o emergencial virar permanente.

A MP também introduziu mudanças que enfraquecem a fiscalização trabalhista e estabelecem critérios muito rígidos para acesso à gratuidade da Justiça. O texto aprovado na Câmara exige a inscrição do trabalhador em programas sociais do governo para ter acesso ao benefício jurídico.

A reforma trabalhista de 2017 já exigia a comprovação para se pleitear gratuidade da Justiça, mas o projeto aprovado na Câmara nesta pune ainda mais os trabalhadores.

De acordo com a proposta que chega ao Senado, só poderão requerer o benefício da gratuidade quem tiver renda domiciliar per capita (por pessoa da família) de meio salário-mínimo, renda familiar de até três mínimos (R$ 3.330) ou ganhar até 40% do teto do INSS, o que representa R$ 2.573,46. Quem pedir isenção de custas também deverá apresentar inscrição em programas sociais do governo.

“A minirreforma trabalhista de Bolsonaro vai precarizar mais ainda o trabalho. A fome e o desemprego vão piorar. Quem conseguir trabalhar sem garantia nenhuma, vai para um regime de quase escravidão. Foi para isto que os eleitores votaram neste governo?”, questionou o senador Paulo Rocha (PA), líder da bancada do PT no Senado.

Com informações de agências de notícias

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