Democracia fragilizada

Brasil cai pelo quinto ano em índice que mede corrupção pelo mundo

Ranking elaborado pela Transparência Internacional aponta que governo Bolsonaro deixou de realizar mudanças que pudessem atacar problema da corrupção
Brasil cai pelo quinto ano em índice que mede corrupção pelo mundo

Foto: Agência Brasil

Apesar do discurso de combate à corrupção, o primeiro ano do governo de Jair Bolsonaro não apresentou melhora nesse índice. O Brasil caiu uma posição no ranking mundial de percepção da corrupção em 2019 e repetiu sua pior nota no estudo elaborado pela organização Transparência Internacional.

De acordo com o índice divulgado nessa quinta-feira (23), o Brasil teve o 5º recuo seguido e passou a ocupar 106ª posição no Índice de Percepção da Corrupção (IPC), o que representa o pior resultado desde 2012. Quanto melhor a posição no ranking, menos o país é considerado corrupto.

Pelo segundo ano consecutivo, o Brasil se manteve no pior patamar em ranking mundial de percepção sobre combate à corrupção no setor público. O País está atrás de outros como Sri Lanka, Vietnã, Timor Leste, Etiópia, Arábia Saudita e Colômbia. Em 2018, o País já havia perdido dois pontos e caído nove posições.

O resultado coloca o Brasil no grupo de nações com “democracias falhas” ou “democracias imperfeitas”, que são aquelas onde existem eleições livres e justas, mas existem irregularidades na gestão do governo, uma cultura política insuficiente e uma participação popular reduzida no destino das políticas adotadas, exatamente um resumo do que foi o desgoverno de Bolsonaro em 2019.

Na América do Sul, o Brasil ocupa apenas a 10ª posição, atrás de Uruguai, Chile e Argentina, e à frente de Bolívia, Paraguai e Venezuela. Em relação aos países da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), o Brasil só pontua melhor que o México (que está na 130ª posição no ranking deste ano).

Na avaliação da Transparência Internacional, o Brasil deixou de realizar, em 2019, mudanças que pudessem atacar o problema da corrupção pela raiz. O ano passado foi de retrocessos nesta área, segundo a Transparência Internacional.

A entidade destaca a decisão do presidente do Supremo Tribunal Federal, Dias Toffoli, de suspender em julho de 2019 o uso de relatórios do Coaf sem autorização judicial; a nomeação de Augusto Aras para o posto de Procurador-Geral da República fora da lista tríplice votada pelos membros do MPF; e a aprovação de leis no Congresso como a que diminuiu o controle sobre as campanhas eleitorais.

O IPC pontua e classifica os países com base no quão corrupto o setor público é percebido por executivos, investidores, acadêmicos e estudiosos da área da transparência. O índice analisa aspectos como propina, desvio de recursos públicos, burocracia excessiva, nepotismo e habilidade dos governos em conter a corrupção.

Quando o ranking foi lançado, em 2006, durante a gestão Lula, o Brasil ocupava a 42ª posição. Em 2008, chegou a subir para a 41ª posição. Desde então, o Brasil vem caindo tanto na pontuação quanto na classificação dentro do ranking.

Com informações de agências de notícias

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