Com o desemprego ultrapassando a casa dos 12 milhões, o País encerrou 2017 com menos postos de trabalho que em 2016. Com o resultado negativo de dezembro — 328 mil empregos deixaram de existir nesses 31 dias — o Brasil fechou o ano com um saldo negativo de 28 mil vagas, uma demonstração de que não será a retirada de direitos nem o discurso repetido à exaustão na grande mídia que vai resolver a crise que infelicita os brasileiros.
Os dados são do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), registro oficial sobre o mercado de trabalho no Brasil mantido pelo Ministério do Trabalho e emprego. O levantamento ainda não foi oficialmente divulgado, mas as informações vazaram para a imprensa nesta terça-feira (23), numa “queda de braço entre técnicos do governo e o Planalto”, segundo o jornal O Estado de S. Paulo.
O Ministério do Trabalho está sem titular desde a demissão de Ronaldo Nogueira, em 27 de dezembro. Desde o dia 3 de janeiro, Temer tenta emplacar uma substituta, a deputada federal Cristiane Brasil (PTB-RJ), indicada pelo pai, o ex-deputado Roberto Jefferson. Os esforços do governo para garantir a indicação, porém, têm esbarrado em sucessivas decisões judiciais impedindo a posse da deputada, em função de condenações que ela já sofreu por descumprimento da legislação trabalhista.
Na última segunda-feira, a presidente do Supremo Tribunal Federal, ministra Carmem Lúcia, manteve a suspensão da posse.
Desemprego cresce
Segundo dados já vazados do Caged, apenas o as regiões Nordeste e Sul deixaram de ter saldo negativo no número de postos de trabalho. O maior número de demissões ocorreu no Sudeste, onde foram fechadas 16.421 vagas.
O aumento do desemprego comprova o fracasso das políticas de arrocho impostas por Temer. Nos 13 anos de governo petista, foram criados 22 milhões de empregos, graças aos investimentos públicos que movimentaram a economia. “Para sair da recessão é fundamental colocar dinheiro na mãos dos mais pobres e usar a capacidade do Estado de indutor da atividade econômica—bem ao contrário do que fazem os golpistas”, ressalta a presidenta nacional do PT, senadora Gleisi Hoffmann.
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