possível fraude

CGU apura apagão suspeito no cadastro do Bolsa Família

Ministro Wellington Dias aponta que existem fortes indícios de que o sistema tenha sido prejudicado propositalmente às vésperas do processo eleitoral
CGU apura apagão suspeito no cadastro do Bolsa Família

Agência Brasil

O ministro do Desenvolvimento Social do governo Lula, senador Wellington Dias (PT-PI), informou durante entrevista ao jornal O Globo que um apagão elétrico ocorrido em agosto do ano passado, às vésperas das eleições, danificou sistemas da pasta e permitiu o cadastro de pessoas no programa Bolsa Família sem nenhum filtro de checagem.

“São muito fortes os indícios de que esse apagão tenha sido feito com o propósito de, ao se perder o controle, a capacidade de passar por análise criteriosa, fazer uma política eleitoral com uso de um programa social robusto como o Auxílio Brasil”, disse o ministro

O sistema afetado, de acordo com Wellington Dias, é ferramenta fundamental para a manutenção do cadastro do Bolsa Família. O sistema está sendo reativado e deve estar disponível no começo deste mês. Mas o apagão que começou em agosto está sendo investigado internamente pela Controladoria-Geral da União (CGU).

Foto: Alessandro Dantas

Além de obrigar a suspensão de serviços, a pane também impediu que beneficiários recebessem o auxílio, mesmo tendo direito. “Por coincidência, é quando se tem o Auxílio Brasil de R$ 600, a liberação de um aplicativo onde esse aplicativo não passa por municípios. E aí passou a entrar gente no programa sem filtro”, explicou Wellington ao O Globo.

Entre julho e dezembro de 2022, 4,1 milhões de famílias passaram a receber o benefício. Em agosto, a poucos meses das eleições, o valor do benefício subiu para R$ 600, numa medida que duraria somente até dezembro passado.

Se confirmada a fraude diante das investigações, ficará evidente o uso eleitoreiro do programa para beneficiar o candidato derrotado nas urnas e um dos líderes dos movimentos golpistas.

Auditoria realizada pelo Tribunal de Contas da União (TCU) feita no ano passado já havia encontrado falhas na configuração do Auxílio Brasil da forma como foi criado pelo governo Bolsonaro.

O benefício de R$ 600 aprovado a dois meses das eleições sem estar no orçamento foi considerado ineficiente no combate à pobreza e mais custoso quando comparado ao Bolsa Família, atacado pela gestão anterior.

Segundo o relatório, o governo do ex-presidente poderia alcançar resultados superiores aos obtidos com os R$ 600, porque foi observado desperdício de recursos públicos. Para alcançar os resultados com o antigo Auxílio Brasil seriam necessários R$ 1,74 bilhão. E com o Bolsa Família, desenhado pelos governos do PT, R$ 1,43 bilhão, segundo os auditores da corte de contas.

Com informações do jornal O Globo

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