Com Lava Jato

Brasil passou de 3,7% para 7,2% do desemprego mundial

Cenário de terra arrasada consta de um levantamento da Organização Mundial do Trabalho (OIT)

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Brasil passou de 3,7% para 7,2% do desemprego mundial

Foto: Pedro Ventura/Agência Brasília.

Com apenas 2,78% da população da Terra, o Brasil está fechando o ano de 2019 com 7,2% dos desempregados de todo o planeta. Em 2014, o ano em que a Operação Lava Jato passou a desmontar a grande indústria nacional—petróleo, construção civil, construção naval — o País respondia por apenas 3,7% do desemprego no mundo.

Esse cenário de terra arrasada consta de um levantamento da Organização Mundial do Trabalho (OIT) que revela um crescimento de 94,9% da participação do Brasil no desemprego global entre 2009 e 2019. Há dez anos, a taxa era de 4,9%.

Recorde destrutivo
 Após engatar uma expressiva trajetória de redução na sua participação relativa no desemprego global, durante os governos petistas, o Brasil encerra a década de 2010 com um recorde destrutivo: jamais o contingente de desempregados brasileiros havia atingido o atual percentual, em relação ao mundo.

A expressiva redução da participação do Brasil no desemprego Global, registrada até 2014, “deveu-se fundamentalmente à alteração da política econômica e social”, alerta o economista e professor da Universidade de Campinas (Unicamp) Marcio Pochmann.

Crescimento e inclusão
Segundo o economista foi a partir do governo Lula, com “o abandono da política neoliberal praticada durante a era dos Fernandos (Color, 1990-1992, e Cardoso, 1995-2002)” que o País teve “crescimento econômico com ampliada geração de empregos combinada com significativa inclusão social”.

Em artigo publicado nesta segunda-feira (25), Pochmann destaca que os números do desemprego no Brasil — hoje em 11,8% — seriam ainda mais assustadores, se a metodologia adotada para medir a quantidade de pessoas sem trabalho não trabalhasse com o conceito de “desemprego aberto” (pessoas ativas que não exercem alguma ocupação, procuram por trabalho e estão disponíveis para exercer atividade laboral).

“Com isso, a quantidade de trabalhadores subutilizados, como nos casos do exercício simultâneo de algum “bico” para sobreviver e manter a procura ativa por ocupação, termina sendo desconsiderada da contabilidade do desemprego aberto”, explica Pochmann.

Tecnologia não é a vilã
O economista ressalta, ainda, que o renitente desemprego no Brasil pós-impeachment e a explosão da participação brasileira no desemprego global não podem ser explicados pela “batida tese do progresso tecnológico destruidor de ocupações”.

Ele lembra que a situação de pleno emprego é muito mais frequente nos países que concretizaram o salto tecnológico, como Estados Unidos e China, com taxa de desemprego abaixo de 4% da População Economicamente Ativa.

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