Revitalizada pelos governos Lula e Dilma, a indústria naval brasileira regrediu décadas com o desmonte promovido pelas gestões Temer e Bolsonaro. Todo o marco institucional do petróleo foi alterado no Brasil. No ano seguinte ao golpe, Michel Temer reduziu pela metade a exigência de conteúdo local nos leilões de óleo e gás, que havia ultrapassado a casa dos 80%. A “flexibilização” da política de conteúdo local teve impacto profundo sobre as empresas brasileiras de fornecimento de serviços, máquinas e equipamentos no setor.
Outro duro golpe foi Jair Bolsonaro zerar o imposto de importação para a aquisição de embarcações destinadas à operação de cabotagem no país em novembro de 2019, logo após a notícia do fechamento do Estaleiro Atlântico Sul (EAS), em Suape (PE).
Mas uma das prioridades do governo Lula dará mais um passo, na próxima semana, para se tornar realidade: a retomada da indústria naval no país. O Congresso Nacional lançará a Frente Parlamentar Mista em Defesa da Indústria Naval. A cerimônia de lançamento do colegiado, que contará com a participação do senador Paulo Paim (PT-RS), será realizada no dia 4 de julho, às 18h, na Câmara dos Deputados.
“No passado, tivemos o exemplo do Polo Naval de Rio Grande, legado do segundo governo Lula. Foram investidos mais de R$ 15 bilhões e criados milhares de postos de trabalho. Uma enorme roda começou a girar. As pessoas estavam felizes. Lamentavelmente, a partir de 2017, todo esse projeto começou a ser desfeito, obras ficaram paradas, trabalhadores amargaram o desemprego. Agora é a hora da mudança. O Brasil vai voltar aos trilhos”, afirma o senador Paulo Paim (PT-RS), membro da frente parlamentar.
“Revigorar a indústria naval brasileira é potencializar o desenvolvimento do país. É investir na ciência e na tecnologia, é incrementar a economia e atrair novos investimentos locais, gerar emprego e renda, oportunizando melhores condições de vida para a população”, completa o senador.
De acordo com o deputado Alexandre Lindenmeyer (PT-RS), presidente da frente, o objetivo é propor e apoiar iniciativas públicas e privadas que contribuam para o desenvolvimento e a expansão do setor.
“Acredito que o fortalecimento da indústria naval brasileira deve estar no centro de uma política de reindustrialização do Brasil, fundamental para o reposicionamento da nação na nova ordem econômica mundial”, ressalta Lindenmeyer.
Retomada da economia
Lindenmeyer explica que o investimento na indústria naval já provou ser uma alternativa positiva para o país. Entre 2005 e 2015, nas gestões petistas, foram erguidas mais de 350 embarcações e plataformas. Esses investimentos desenvolveram uma cadeia produtiva que envolveu setores como o siderúrgico, elétrico-eletrônico, madeireiro e mobiliário, químico, de transporte, maquinários, geração de energia e serviços. Os empregos no setor cresceram de 1.900, no ano 2000, para mais de 80 mil até 2014.
“A indústria naval, por tudo isso, é estratégica para o Brasil. Sua potencialidade para gerar empregos, ampliar a renda das famílias e alavancar o desenvolvimento socioeconômico é imensa, e a Frente Parlamentar estará a serviço desse objetivo”, conclui o parlamentar.
Com informações da Assessoria do deputado Alexandre Lindenmeyer