Ricardo Stuckert

Lula: "Este governo respeita, ouve e valoriza todos os governos municipais e estaduais"
O presidente Lula participou da abertura da XXVI Marcha a Brasília em Defesa dos Municípios, evento que reuniu prefeitos e prefeitas de todo o país no Centro Internacional de Convenções do Brasil (CICB), na capital federal, nesta terça-feira (20/5). Em discurso, Lula pregou novamente o fortalecimento do pacto federativo e a união entre todos os representantes eleitos pela população, independemente da filiação partidária.
“É preciso que a gente aprenda, de uma vez por todas, que os problemas que nós temos deveriam ser resolvidos em uma mesa de negociação, e não ser resolvidos no Poder Judiciário. É importante que a gente tenha claro […] que as coisas só podem ir para o Judiciário quando a nossa capacidade política for exaurida”, pediu o presidente, em benefício do povo brasileiro.
Logo depois, Lula deixou claro que o governo federal vai continuar colaborando com gestores e gestoras municipais e estaduais de diferentes matizes ideológicas, pois respeita os mandatos que lhes foram conferidos nas urnas.
“Eu duvido que tenha um prefeito, de qualquer partido político, que um dia possa dizer que ele não foi atendido no governo por causa da sua filiação partidária”, observou. “Não existe essa possibilidade no meu governo, nem de prefeito, nem de governador, nem de governadora”, prosseguiu o petista.
A XXVI Marcha teve as presenças do presidente do Senado, Davi Alcolumbre, da Câmara, Hugo Motta, do vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, e do presidente da Confederação Nacional de Municípios (CNM), Paulo Ziulkoski. Fora Alckmin, outros 24 ministros do governo também compareceram à cerimônia no CICB.
Minha Casa Minha Vida
Lula aproveitou o discurso aos prefeitos para anunciar novos investimentos do Minha Casa Minha Vida. O presidente lamentou o crônico déficit habitacional no país, que se arrasta intacto desde a década de 1970, apesar dos esforços do Partido dos Trabalhadores (PT) para mitigá-lo.
O governo federal prevê a construção de 110 mil unidades habitacionais do Faixa 1 do programa e o aumento do teto dos apartamentos no segmento, saltando de R$ 180,5 mil para R$ 193 mil, caso o imóvel esteja situado na região Norte.
“Quando eu fiz o Minha Casa Minha Vida, a gente construiu, por ano, 3,7 milhões de casas. Eu sou o presidente da República que mais fez casa nesse país. Entretanto, depois de tanto tempo, ainda temos sete milhões de déficit habitacional. Alguma coisa está errada”, apontou o presidente.
Além do Minha Casa Minha Vida, o governo ainda vai disponibilizar linhas inéditas de crédito acessível para auxiliar a população. Segundo Lula, “no Brasil, quem constrói a maioria das casas é o povo”. “É o povo no sacrifício, de trabalhar final de semana, de arrumar encanador amigo, pedreiro amigo, cavador de poço amigo.”
Redução das desigualdades regionais
A importância dada ao evento organizado pela CNM simboliza o compromisso da administração Lula com a redução das desigualdades regionais e com a proteção dos mais vulneráveis. Por isso, o Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos (MGI) está oferecendo ferramentas concretas à gestão municipal, como o Catálogo de Soluções Federativas e o Contrata+ Brasil, que organiza compradores públicos.
“A iniciativa contribui para fortalecer a capacidade dos municípios e construir políticas públicas mais eficazes, inclusivas e conectadas com as realidades locais. Queremos ser um elo estratégico na cooperação federativa. E sabemos que, juntos, podemos transformar a gestão pública brasileira”, esclarece Enzo Tessarolo, chefe da Assessoria Especial de Cooperação Federativa do MGI.