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Comissão aprova nova gestão da compra de alimentos para merenda escolar

Texto estabelece que, em caso de dispensa, os gestores municipais deverão comunicar às entidades representativas dos trabalhadores rurais, como associações e cooperativas, sobre a decisão

Alessandro Dantas

Comissão aprova nova gestão da compra de alimentos para merenda escolar

De acordo com o senador Beto Faro, proposta deve aumentar a transparência e a eficácia na execução do Programa Nacional de Merenda Escolar

A Comissão de Agricultura (CRA) do Senado aprovou, nesta quarta-feira (27/11), o projeto que obriga os gestores municipais a notificarem as associações e cooperativas de trabalhadores rurais sobre a decisão de não comprar seus produtos para a merenda escolar (PL 2.005/2023). De autoria do senador Beto Faro (PT-PA) e parecer favorável da senadora Teresa Leitão (PT-PE), o projeto segue agora para a Comissão de Educação (CE).

O texto aprovado estabelece que, em caso de dispensa, os gestores municipais deverão comunicar às entidades representativas dos trabalhadores rurais, como associações e cooperativas, sobre a decisão. Essas entidades terão a chance contestar a decisão dentro de um prazo a ser determinado pelo Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE). O recurso não poderá prejudicar os fluxos regulares de aquisição e distribuição dos alimentos. Caso as argumentações das entidades sejam aceitas, os gestores poderão reconsiderar a decisão.

Segundo Faro, o objetivo da proposta é aumentar a transparência e a eficácia na execução do Programa Nacional de Merenda Escolar (Pnae), especialmente no que diz respeito à compra de alimentos da agricultura familiar. A legislação atual determina que pelo menos 30% dos recursos repassados pelo FNDE aos municípios sejam destinados à aquisição de alimentos diretamente da agricultura familiar, priorizando assentamentos da reforma agrária e comunidades tradicionais, como indígenas e quilombolas.

No entanto, a legislação permite que os gestores do PNAE dispensem essa obrigatoriedade caso identifiquem condições insuficientes para garantir a regularidade do fornecimento de alimentos pela agricultura familiar, como problemas higiênico-sanitários ou dificuldades logísticas.

“Muitas vezes, por qualquer tipo de problema ou por problemas pequenos, essa legislação faz com que se deixe de comprar da agricultura familiar”, apontou Faro.

A relatora do projeto, Teresa Leitão, defendeu a necessidade de um julgamento mais rigoroso por parte dos gestores do PNAE ao avaliar a regularidade do fornecimento de alimentos pela agricultura familiar. Ela considerou acertada a proposta de garantir que a decisão de dispensa seja comunicada às entidades representativas, com a possibilidade de contestação baseada nas realidades locais da agricultura familiar.

Com informações da Agência Senado

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