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Semana na CPI será dedicada ao escândalo Prevent Senior

Colegiado recebe advogada dos médicos da Prevent Senior, Bruna Morato, para detalhar denúncias de fraudes cometidas pela operadora de saúde no tratamento de pacientes da Covid-19. Outro depoimento marcado para a semana é do empresário bolsonarista Luciano Hang
Semana na CPI será dedicada ao escândalo Prevent Senior

Foto: Alessandro Dantas

Com quase 595 mil mortes registradas por Covid-19 e se aproximando do momento da entrega do relatório final, a CPI da Covid deve ter uma semana dedicada ao escândalo Prevent Senior e o tratamento ineficaz conduzido pela operado em seus pacientes durante a pandemia.

Na terça-feira (28), o colegiado ouve a advogada Bruna Morato, representante dos autores da denúncia contra a Prevent Senior. De acordo com os dados enviados pelos médicos à CPI, os profissionais eram orientados por seus superiores a tratar pacientes com Covid-19 com medicamentos integrantes do chamado “kit covid”, como cloroquina, hidroxicloroquina e ivermectina. O tratamento é amplamente defendido por Bolsonaro e seus apoiadores.

Uma das denúncias apresentadas pelos médicos da Prevent Senior contra a operadora, aliás, fez com que os senadores aprovassem a convocação do empresário bolsonarista Luciano Hang, depoente da quarta-feira (29).

Hang se internou na rede Prevent Senior, sem ser associado ao plano de saúde, junto com sua mãe, que veio a falecer da doença. De acordo com os documentos, Hang – defensor do ineficaz tratamento precoce – teria pressionado para que sua mãe recebesse o kit covid.

Na avaliação do senador Humberto Costa (PT-PE), os depoimentos desta semana servirão para aprofundar as investigações em torno das pesquisas ilegais realizadas pela Prevent Senior e reforçar a tese de que experimentos pseudocientíficos realizados pela operadora de saúde estavam alinhados com as ideias defendidas pelo gabinete paralelo de assessoramento ao presidente, composto majoritariamente por negacionistas.

“Esse caso é muito emblemático, Ele prova a existência do gabinete paralelo e demonstra que o gabinete paralelo atuou articulado com o governo cumprindo uma tarefa para o presidente Bolsonaro. A tarefa era dar ar de cientificidade a uma tese defendida pelo governo. De que cloroquina, ivermectina, azitromicina e tantos outros medicamentos eram eficazes no enfrentamento à Covid-19”, explicou.

Empresário também patrocinou notícias falsas
Documentos obtidos pela CPI da Covid-19 indicam que o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) intermediou o patrocínio de Luciano Hang ao programa Terça Livre, do blogueiro bolsonarista Allan dos Santos, acusado de espalhar notícias falsas. A informação foi divulgada pelo Jornal Nacional.

Allan dos Santos é investigado em dois inquéritos no Supremo Tribunal Federal (STF) que apuram disseminação de notícias falsas, ameaças a autoridades e financiamento de atos antidemocráticos.

Ministério da Saúde desperdiça milhões em vacinas e remédios
Dados obtidos pela Folha de S. Paulo mostram que cerca de R$ 243 milhões em insumos de saúde estocados pelo governo Bolsonaro perderam a validade nos últimos três anos, e deverão ser descartados. Ao todo, são 3,7 milhões de itens como vacinas, testes de diagnóstico e medicamentos, guardados no centro de distribuição logística do Ministério da Saúde em Guarulhos.

Entre os produtos vencidos estão mais de 2 milhões de testes RT-PCR, para detecção da covid-19, exames de dengue, zyka, chikungunya, e vacinas para BCG, gripe, hepatite B e tetra viral.

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