Depois de caçarem um governo eleito, golpistas “querem inabilitar as urnas”

Depois de caçarem um governo eleito, golpistas “querem inabilitar as urnas”

Depois de caçarem um governo eleito, golpistas “querem inabilitar as urnas”“Está posta a tentativa de golpe continuado”, alertou o senador Lindbergh Farias (PT-RJ) sobre o real objetivo do espetáculo montado em Curitiba para condenar, sem provas, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. “As tentativas nesta direção estão sendo dadas na conspiração de inabilitação dos direitos políticos de Lula, impossibilitando o maior líder popular brasileiro de concorrer às eleições presidenciais de 2018”, escreveu o petista em artigo publicado no sábado (17) no jornal digital Brasil 247

Lindbergh alerta para o risco do congelamento do sistema político, tornando-o impermeável às forças dinâmicas da sociedade, a exemplo do que foi o Brasil no Segundo Império (1840-1889) e na República Velha (1889-1930). 

Confira a íntegra do texto intitulado “Golpe continuado”: 

É um show de infâmia! Não se contentaram em afastar uma presidenta eleita com 54 milhões de votos sem prova de crime. Agora, em um patético espetáculo montado em Curitiba, revela-se o intento: querem inabilitar Lula para 2018. Querem inabilitar as urnas. 

Está posta a tentativa de golpe continuado. Desnuda-se a intenção desse jogo espúrio dos que tramam a tomada de direitos dos trabalhadores e a entrega do país aos interesses internacionais: imaginam que podem decidir entre eles quem será o candidato a dar continuidade a esse programa antipopular, antidemocrático e ilegítimo de Michel Temer. 

Agora ficou definitivamente claro que o golpe não foi somente contra Dilma e seu governo. Na verdade, a regressividade elitista em curso pretende suprimir a possibilidade da vontade coletiva de uma força popular se exprimir através de um líder carismático como Lula e de um partido político de massas como o PT abrir brechas no nosso oligarquizado sistema político. É muito grave o que pretendem fazer: trata-se de congelar o sistema político, torná-lo impermeável às forças dinâmicas da sociedade, a exemplo do que foi o Brasil no Segundo Império (1840-1889) e na República Velha(1889-1930). 

As tentativas nesta direção estão sendo dadas na conspiração de inabilitação dos direitos políticos de Lula, impossibilitando o maior líder popular brasileiro de concorrer às eleições presidenciais de 2018. Depois, se a manobra de aplicar um cartão vermelho em Lula não for exitosa, resta tirar um último coelho na cartola: a chamada “solução parlamentarista”, que definitivamente selaria o domínio de nosso sistema político pela plutocracia econômica e as carcomidas oligarquias regionais. 

Esse embuste não vai se sustentar. A reação já está nas ruas. Vamos continuar denunciando o golpe, vamos continuar mostrando a farsa ao mundo, que, a propósito, já reconhece a deposição sem crime de Dilma e a inquisição a que está sendo submetido Lula. 

Não se mata um ideal. Não se apaga um legado de políticas públicas de distribuição de renda e de proteção dos direitos trabalhistas. 

Atacam Lula e tentam incriminá-lo por preconceito e ódio. Lula representa tudo o que a elite sectária, parceira do golpe, mais odeia. Lula é aquela pobre criança do sertão nordestino que deveria ter morrido antes dos 5 anos, mas que sobreviveu. Lula é aquele miserável retirante que foi para São Paulo buscar, contra todas as probabilidades, emprego e melhores condições de vida, e conseguiu. 

Para essa elite, Lula é aquele candidato que não deveria ter vencido as eleições, mas venceu. É aquele eleito que não deveria ter tomado posse, mas tomou. É aquele presidente que devia ter fracassado, mas teve êxito extraordinário. 

Lula é o excluído que devia ter ficado em seu lugar, mas não ficou. Construiu esperança para os brasileiros; é também um exemplo e inspiração internacional de políticas de inclusão social. Lula é esse fantástico novo Brasil que ele ajudou tanto a construir e que, agora, corremos o risco de ver desconstruído. 

Lula é vítima de uma campanha por parte de quem nunca se conformou com um pobre viajando de avião, que não concorda com a filha da empregada estar na faculdade do seu filho, que torce o nariz para a nova realidade de a trabalhadora doméstica não ser mais uma semiescrava, que possui direitos, e, sim, sabe defendê-los. 

Nos governos Lula e Dilma o Brasil saiu do Mapa da Fome. Com o Brasil Sem Miséria, 36 milhões de brasileiros deixaram a situação de pobreza extrema. A política de salário mínimo deu ao povo poder de compra e garantiu a melhoria da vida da população trabalhadora. Democratizou-se o acesso ao ensino superior, à moradia e à energia elétrica. 

Esbraveje elite sectária! Porque esse ódio não vai nos deter. Temos a responsabilidade sobre esse legado; permaneceremos firmes na resistência contra o projeto autoritário de retirada de direitos da classe trabalhadora. Inauguramos, recentemente, nas ruas, uma oposição duríssima à ruptura democrática. 

 

No lado certo da história está o povo que não confia e não respeita o governo de fantoches.

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