O senador Paulo Paim (PT-RS) lamentou nesta terça-feira (21) a divulgação de pesquisa apontando que o Brasil atingiu patamar recorde no nível de desigualdade de renda no primeiro trimestre deste ano.
De acordo com levantamento da Fundação Getúlio Vargas (FGV/IBRE) o índice de Gini, que monitora a desigualdade de renda em uma escala de zero a um – sendo que, quanto mais próximo de um, maior é a desigualdade. O do Brasil ficou em 0,6257 em março.
“O Brasil vive plena recessão e caminha a passos largos para uma convulsão. Se nada for feito, podemos entrar numa depressão da nossa gente. A economia estagnou, desemprego está em alta e o fechamento de empresas demonstram nossa incapacidade de construir uma saída [da crise]”, lamentou o senador.
Na avaliação do senador, os senadores devem discutir soluções para a saída da crise existente no País e a buscar mecanismos para reduzir a desigualdade de renda no Brasil.
Estudo do Fundo Monetário Internacional (FMI) aponta que se a renda dos 20% mais pobres crescer um ponto percentual, o Produto Interno Bruto (PIB) aumenta em 0,38% num período de cinco anos. Já se os rendimentos dos mais 20% ricos subir um ponto percentual o PIB encolhe em 0,08%.
“Isso desmonta a velha teoria de que o bolo precisa crescer primeiro para depois haver a divisão. Precisamos fazer o bolo crescer juntos e juntos fazendo a repartição. É preciso ter claro esse processo para sabermos qual País que efetivamente queremos”, apontou.
Paim ainda apontou que as camadas mais pobres da sociedade tendem a sentir impactos mais fortes da crise e das instabilidades econômicas. Ainda segundo estudo da FGV, antes da crise econômica no País, os mais ricos tiveram aumento de 5% da renda acumulada; já os mais pobres, de 10%. Após a crise, os mais ricos tiveram aumento de 3,3% da renda acumulada; os mais pobres, queda de mais de 20%. Em sete anos, a renda acumulada dos mais ricos aumentou 8,5%; a dos mais pobres caiu 14%.
“Quando se eleva a renda dos pobres e da classe média todos se beneficiam em decorrência do crescimento econômico e da inclusão social. É bom para o trabalhador, para os empreendedores, para o comércio, para o município, para os estados e para o País”, disse o senador, lembrando que entre 2003 e 2010, nos governos Lula, a pobreza caiu em 50,64% no Brasil, conforme dados da FGV.