Dilma ao Le Monde: foi Lula quem investiu contra a corrupção

"Eu não tolero a corrupção e meu governo também não. Se as suspeitas forem fundamentadas, a pessoa tem de deixar o cargo".

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Uma grande foto de Dilma Rousseff estampa a capa da edição de um dos mais tradicionais jornais do mundo nesta quinta-feira (13/12). O título dá o tom da matéria: “Eu não tolero a corrupção”. Assim, entre aspas, o jornal francês reproduz a frase da presidenta do Brasil. A declaração é parte da entrevista ao Le Monde em que Dilma fala sobre as recentes tentativas de envolver o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, acusado de envolvimento no mensalão pelo condenado como operador do esquema, Marcos Valério. “Eu não tolero a corrupção e meu governo também não. Se as suspeitas forem fundamentadas, a pessoa tem de deixar o cargo. É necessário, claro, não confundir essas investigações com a caça às bruxas que ocorre nos regimes totalitários”, disse Dilma. “Todos que utilizam recursos públicos devem prestar contas, caso contrário a corrupção se alastra”, declarou

A entrevista, concedida nesta quarta-feira (13) ao jornalista Paulo Paranaguá, ocupa uma página inteira do jornal vespertino francês e trata de um tema que já havia sido abordado na entrevista coletiva que Dilma Rousseff concedeu à imprensa na terça-feira, ao lado de François Hollande. “Essa praga (a corrupção) afeta todos os países. Não são as pessoas que devem ser virtuosas, mas as instituições. A sociedade deve ter acesso a todos os dados do governo. Todos aqueles que utilizam fundos públicos devem prestar contas”, disse a presidente.

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Ao Le Monde, Dilma reiterou seu apoio ao ex-presidente Lula, a quem atribuiu uma nova etapa de governança no País: “Para serem candidatos a uma eleição, os brasileiros devem se submeter à lei da ficha limpa; eles não podem ter sido condenados. O Ministério Público é independente, a Polícia Federal investiga, prende e sanciona. E quem começou essa nova etapa de governo foi o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva”. Ela encerrou ontem uma visita de Estado de dois dias à França. Na terça-feira, a presidente já declarara, em uma coletiva conjunta com o líder francês, François Hollande, considerar “lamentável essa tentativa de desgastar a imagem de Lula”.

A entrevista exclusiva de Dilma ao Le Monde, realizada pouco antes de a presidenta viajar para a Rússia, aborda também temas econômicos, como a taxa de crescimento da economia brasileira aspectos como a redução da desigualdade social e até a questão dos índios e a usina hidrelétrica de Belo Monte. A presidenta também disse ao jornal que “não é o momento” de pensar em sua reeleição e que isso seria “colocar a carroça antes dos bois”, já que ela ainda tem “dois anos intensos de governo pela frente”.

E ainda declarou que a economia brasileira “está em uma frase de transição”, se referindo às recentes reduções nas taxas de juros do país, que provocaram mudanças na rentabilidade dos investimentos financeiros. “O aumento do investimento produtivo ainda não foi substituído pela queda dos investimentos financeiros”, explicou Dilma, acrescentando que a valorização do real prejudicou a economia brasileira. 

Confira a entrevista na página original do Le Monde

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