Jogos foram uma manifestação de força, coragem e determinação dos povos indígenas, avalia senadorCom a participação de representantes indígenas de 23 países, os Jogos Mundiais dos Povos Indígenas, realizados no estado do Tocantins, foram um exemplo de integração e fraternidade, “um evento extraordinário na grandiosidade”, avalia o senador Donizeti Nogueira (PT-TO), que em pronunciamento ao plenário nesta quinta-feira (5) fez um balanço do encontro que reuniu 1,8 mil atletas — 1,1 mil de 24 etnias brasileiras e 700 provenientes do exterior.
Durante os 10 dias de sua realização, os jogos receberam 170 mil espectadores, entre eles a presidenta da República, Dilma Rousseff, que participou da cerimônia de abertura. O evento foi organizado pelo Comitê Intertribal Memória e Ciência Indígena, liderado pelos irmãos Carlos e Marcos Terena, e teve patrocínio do Governo Federal.
“Acompanhei com o público as competições esportivas na Arena dos Jogos Mundiais dos Povos Indígenas, pude ver jogos tradicionais como a corrida de 100m, arremesso de lança e arco e flecha e vi a força e a empatia dos jogos coletivos de integração que levou o público ao delírio, com a disputa do cabo de guerra e a corrida de tora”, narrou Donizeti.
Para o senador, os jogos foram uma “manifestação de força, coragem e determinação” dos povos indígenas. “Era maravilhoso ver a alegria estampada nos rostos dos participantes, suas danças comemorativas acompanhadas da vibração da arquibancada na comemoração das vitórias e, nas derrotas, a manifestação de respeito dos derrotados aos vencedores e dos vencedores aos derrotados”.
Em paralelo aos jogos foram realizadas a Feira Mundial do Artesanato Indígena, organizada pelo Sebrae, e a II Feira Nacional da Agricultura Tradicional Indígena, oportunidades em que os povos indígenas e os demais brasileiros ali presentes trocaram experiências sobre como fazer produção sustentável. “Do ponto de vista dos negócios, as duas feiras foram muito importantes”, avaliou Donizeti. “Mas muito mais importante foi a possibilidade de os povos indígenas mostrarem para o Brasil e para o mundo a capacidade de produção que têm no artesanato e mesmo na agricultura como perspectiva para o seu sustento”.
Para o povo do Tocantins também foi muito importante receber o evento, que deu visibilidade internacional à cidade de Palmas, a mais jovem capital brasileira. “Foi uma oportunidade dos tocantinenses celebrarem no ambiente de diversidade”.
Nem tudo foi festa, porém, destacou Donizeti. “Os povos indígenas aproveitaram os jogos para lembrarem ao restante do País a importância da defesa dos seus direitos”. Um ponto fundamental é a luta pela rejeição da Proposta de Emenda à Constituição nº 215, que altera as regras para a demarcação de terras indígenas. “Como Parlamentar, é meu dever trabalhar pelas questões humanas, sociais, econômicas, políticas das mais diversas, e, desde já, eu me posiciono contra essa PEC”.
Cyntia Campos
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