Desastre econômico

Economia em marcha à ré empurra para o desemprego mais 43 mil trabalhadores

Setor do comércio foi o mais afetado; a Região Nordeste foi a mais atingida pela crise
Economia em marcha à ré empurra para o desemprego mais 43 mil trabalhadores

Foto: Romerito Pontes

O Brasil perdeu mais 43 mil empregos no último mês de março. O maior baque foi no comércio, que fechou 28,8 mil vagas. O Nordeste foi a região mais atingida pela crise. É o que comprovam os números do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (CAGED) divulgados nesta quarta-feira (24) pelo Ministério da Economia.

“Esse é o Brasil de Bolsonaro, um presidente que meteu nosso país em marcha à ré”, lamentou o líder do PT no Senado, Humberto Costa (PE). Ele lembra que este é o pior mês de março para o mercado de trabalho desde 2017. A taxa de desemprego no País, atualmente, supera os 13%.

“Bolsonaro já criticou o IBGE pela metodologia usada para calcular o desemprego. Será que agora vai criticar o Caged, também”, questionou o vice-líder da bancada petista, Rogério Carvalho (SE).

Estragos
A sucessão de más notícias no mercado de trabalho comprova, mês a mês, os estragos que o corte de investimentos determinado pelo arrocho fiscal tem provocado na economia brasileira, que não consegue crescer e gerar empregos. O investimento público é o principal motor capaz de impulsionar uma economia em recessão.

Sem salário e sem perspectiva, a tendência das famílias é cada vez mais cortar o consumo, o que se reflete na estagnação da indústria de bens de consumo, que cada vez tem menos para quem produzir, e no comércio, que cada vez tem menos para quem vender. Essa realidade pode ser comprovada pelo Produto Interno Bruto (BIB), que apenas anda de lado, na casa do 1% ao ano.

Alerta no campo
Além das quase 30 mil vagas perdidas no comércio, preocupa o resultado no setor agropecuário, onde foram extintos 9,5 mil empregos no mês de março. O Brasil tem enfrentado dificuldades com alguns compradores antes cativos de carne e frango, como os países árabes, em função de uma política externa desastradamente hostil implantada por Bolsonaro.

Em janeiro deste ano, a Arábia Saudita suspendeu as importações de frango cinco frigoríficos brasileiros. Um deles, o BRF —uma das maiores empresas brasileiras de alimentos —, acaba de anunciar o fechamento temporário de sua unidade no município de Carambeí (PR), alegando “excesso de estoques e baixa demanda”.

Como resultado imediato, 1.500 trabalhadores da BRF em Carambeí ficarão sem salários, vivendo do seguro desemprego. O fechamento da unidade terá duração de 60 a 150 dias. Pelo menos 90% da produção do frigorífico tinham como destino os países árabes.

Em 2018, o Brasil exportou apenas para a Arábia Saudita 486,4 mil toneladas de carne de frango, o equivalente a 12,1% do total do produto vendido para o exterior por frigoríficos nacionais.

Leia mais
Em três meses, Brasil supera marca de 13 milhões de desempregados
Humberto: Congresso não pode permitir que Bolsonaro esmague o salário mínimo
100 dias de destruição econômica, corte de direitos e entreguismo

To top