Foto: Alessandro Dantas
Fernando Rosa
13 de dezembro
“Vamos entrar com Ação Direta de Inconstitucionalidade contra a PEC 55”, anunciou o líder do PT, Humberto Costa, em entrevista no Senado Federal. Para ele, a PEC 55 rasga a Constituição Cidadã de 1988, interfere em outros poderes da República e agride direitos sociais da população brasileira. A oposição utilizou de todos os recursos possíveis para impedir a aprovação da medida que protege os bancos e prejudica o povo.
O senador Humberto Costa denunciou as dramáticas consequências da aprovação da PEC 55 para o futuro da sociedade brasileira. “Como é que nós, aqui, estamos nos arvorando no poder de definir a política econômica para o País durante 20 anos?”, cobrou ele, questionando o desrespeito do governo à vontade popular. Para Costa, “um tema como esse não pode ser objeto de uma discussão limitada, de uma discussão sem participação da sociedade, como aconteceu aqui”.
Na entrevista, o líder do PT destacou que o governo Temer está desmoronando, citando as recentes denúncias de corrupção contra seus integrantes e a rejeição popular em recentes pesquisas. “Exigimos a renúncia imediata de Temer e a convocação de Eleições Diretas, acompanhadas de Reforma Política e de uma Constituição Exclusiva”, defendeu o senador. O resultado da votação da PEC 55 em segundo turno confirmou o desmanche governista, que esperava 65 votos e obteve apenas 52.
“Quem pensa em eleição indireta está brincando com fogo”, advertiu o senador para as manobras que buscam consolidar o poder do mercado por meio da mudança de governo via colégio eleitoral. “Teríamos que parar agora, construir um grande pacto nacional, convocar eleições diretas para o início do ano que vem”, continuou. “Nem este Presidente, nem um biônico, que seja eleito por aquela Câmara dos Deputados, terá legitimidade para conduzir este País por dois anos”.
Em nota, a Bancada de Oposição apontou que “o governo Temer caminha para o fim, virou sinônimo de crise e está na causa e efeito dela”. “Os que perderam as eleições em 2014, inconformados com a derrota nas urnas, impediram que o segundo governo da Presidente Dilma iniciasse”. Segundo a nota, “o movimento ilegítimo levou a um golpe parlamentar e começou numa ação contra nosso governo e contra o PT, além da implacável caçada contra o Presidente Lula e sua família”. “Tentando nos atingir, terminaram atingindo o Brasil e nosso povo”.
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