Em pronunciamento, Lindbergh ataca: “tucano não gosta de investigação”

Em pronunciamento, Lindbergh ataca: “tucano não gosta de investigação”

Senador lembra que, nos governos tucanos, denúncias eram engavetadasNos tempos dos governos tucanos, não havia investigação. A constatação vem do olhar do senador Lindbergh Farias (PT-RJ) sobre os números de operações da Polícia Federal nos dias atuais e o que acontecia na época em que o presidente era Fernando Henrique Cardoso (FHC) e o procurador geral da República, Geraldo Brindeiro, era conhecido como “engavetador geral da República”. 

Hoje, a Polícia Federal faz, em média, 250 operações por ano. Ao longo dos oito anos de governo peessedebista, essa média não ultrapassava a média de seis por ano. Exatamente 48 no total, comparou o senador, em pronunciamento ao plenário nesta terça-feira (2). “Hoje são mais de duas por dia e essa diferença é um escândalo”, denunciou. 

Para Lindbergh, a conclusão é óbvia: “tucano não gosta de investigação”. Tanto é assim que os malfeitos cometidos em São Paulo, onde os tucanos “reinam” há bastante tempo, as investigações não avançam. “O Ministério Público de São Paulo está amordaçado e eles há doze anos não deixam criar uma CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) no estado”, disse. 

Ele define em uma palavra as acusações e denúncias feitas contra o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva: ridículas. “O presidente Lula apresentou sua declaração de imposto de renda e estava tudo lá”, disse. 

Em paralelo, a imprensa, que tanto se ocupa em encher páginas de jornal com ataques ao ex-presidente, não foi atrás de investigar o apartamento adquirido por Fernando Henrique no caríssimo e nobre bairro de Higienópolis, na capital paulista. O apartamento tem 470 metros quadrados, quatro suítes e cinco vagas de garagem, elencou Lindbergh. “Isso merecia ser investigado”, ironizou. 

Munido de recortes, o senador também falou de uma reunião que teria acontecido dentro do Palácio do Planalto onde, segundo disse, FHC “passou o chapéu” para arrecadar recursos para sua Fundação. Para o tucano Cássio Cunha Lima (PSDB-PB), que falou em aparte, este comportamento revela, apenas, a “transparência” dos procedimentos tucanos. 

Assim como o líder Humberto Costa, Lindbergh defendeu que todos os indícios de malfeitos, cometidos contra quem quer que seja, sofram profunda  investigação. “Inclusive para o senador Aécio (Neves), que foi citado pela segunda vez  por delatores”, recordou, reclamando a abertura de investigação pelo Ministério Público para o senador tucano. “Para tucano não investiga?”, questionou o parlamentar carioca, reclamando que as investigações não podem ser seletivas. “Eu quero que passem a limpo este país, que se investigue tudo, todos os apartamentos e que parem com essa campanha seletiva”, disse. 

Ele acredita que o que existe hoje, no Brasil, é uma campanha sistemática contra o ex-presidente Lula que não pode ser simplesmente aceita nem pela bancada petista nem pela sociedade brasileira. “Mexer com o presidente Lula é chamar a gente para a luta”, assegurou. “Nós não vamos ter covardia neste momento”, garantiu. 

Desmoralização 

Evidentemente indignado com o comportamento do promotor do Ministério Público de São Paulo, Cassio Conserino, que deu declarações a uma revista envolvendo o ex-presidente antes mesmo de ouvi-lo, Lindbergh resumiu: “isso é uma desmoralização”. Conserino procurou a revista Veja antes mesmo de colher depoimentos do ex-presidente e de sua esposa, Marisa Letícia para anunciar que iria denunciá-los. Nem Lula nem Marisa foram ouvidos. Isso é o que a lei determina. 

O deputado Paulo Teixeira (PT-SP) já protocolou pedido de providências contra o promotor por desvio de função. 

Também, segundo Lindbergh, o Ministério Público nada fez contra indícios de fraude na merenda escolar em São Paulo ou os desvios de recursos em obras  – escândalo conhecido como trensalão. No caso da merenda, os desvios estimados chegam a R$ 200 milhões. Trata-se de um esquema de propina para favorecer alguns fornecedores de alimentos.  

Em relação ao trensalão, trata-se de denúncias sobre possíveis fraudes em licitações para aquisição de trens entre 1998 e 2008, cujos desvios chegam a, pelo menos R$ 834 milhões. O inquérito foi aberto em 2008, mas somente em 2013 avançou. “É estranho esse processo seletivo de acusações”, disse. 

Lindbergh disse que o Ministério Público paulista está sendo usado em disputa política, mas nem ele e nem os petistas vão aceitar os ataques a Lula. “Eles sabem da força política de Lula para 2018”, resumiu, garantindo que a bancada está firme na luta para defender as bandeiras do partido e a imagem de Lula. 

Giselle Chassot 

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