Seminário de Educação

Escola deve ser um espaço para debate de ideias

“Com o golpe, as possibilidades de alcançarmos as metas do Plano Nacional de Educação foram soterradas", denuncia Marlei Fernandes, da CNTE
Escola deve ser um espaço para debate de ideias

Foto: Alessandro Dantas

“Nós precisamos defender o princípio do recurso público destinado exclusivamente para a educação pública”, defendeu o coordenador geral da Campanha Nacional pelo Direito à Educação (CNDE), Daniel Cara, nesta segunda-feira (09), durante o seminário Educação Pública, Desenvolvimento e Soberania Nacional.

O representante do CNDE criticou o fato de o orçamento líquido para a área da educação estar estagnado desde 2015, quando o ex-ministro da Fazenda, Joaquim Levy, iniciou uma política de austeridade que acabou por prejudicar o cumprimento das metas do Plano Nacional de Educação (PNE).

“O orçamento líquido da educação desde Joaquim Levy está congelado. Considerando-se a inflação, podemos concluir que o orçamento tem caído. Michel Temer e Mendonça Filho são apenas uma política piorada daquilo iniciada por Joaquim Levy”, criticou Daniel.

Para Marlei Fernandes, vice-presidenta da Confederação Nacional das Trabalhadoras e Trabalhadores na Educação (CNTE), o PNE é um projeto estratégico para o desenvolvimento da educação e os movimentos sociais aliados aos parlamentares devem lutar para que sejam cumpridas as metas contidas no plano.

“Com o golpe, as possibilidades de alcançarmos as metas do PNE foram soterradas. Precisamos nos reorganizar para que nossas crianças voltem a ter direito ao acesso à educação pública de qualidade”, disse.

Foto: Alessandro Dantas

Combate ao Escola sem Partido
Daniel Cara, representante do CNDE, disse ser imprescindível que as bancadas de oposição se atentem ao embate contra o projeto encampado por setores da direita e intitulado “Escola sem Partido”.

Para ele, o projeto é “curioso”, por não precisar ser aprovado pelo Congresso Nacional para ser colocado em vigor.

“Esse projeto não precisa nem ser referendado para que a escola se torne um tribunal conservador. Isso já vem acontecendo porque o espaço da escola já vem sofrendo a influência de pastores, padres. Não podemos perder essa luta porque a escola é um importante espaço de debates”, disse.

Além disso, Daniel Cara disse ser necessário lutar contra a militarização das escolas, que vem sendo repassadas para a gestão da polícia militar e do Exército em diversas cidades brasileiras.

“Não podemos aceitar que um policial seja melhor educador do que um professor. Não podemos admitir jamais isso”, afirmou.

“O golpe não pode deixar com que matem nossos sonhos e aquilo que pensamos para a educação. Aquilo que idealizamos é o que ainda nos move”, disse Sueli Veiga, secretária-adjunta de formação da Central Única dos Trabalhadores (CUT).

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