A partir de fevereiro, com a posse de novos congressistas, o Brasil vai conviver com um formato até então desconhecido na atuação legislativa: a federação partidária. Aprovada por lei no ano passado, a federação substitui o partido pelo coletivo de siglas com afinidades ideológicas. A Federação Brasil da Esperança é composta por Partido dos Trabalhadores (PT), Partido Comunista do Brasil (PCdoB) e Partido Verde (PV), e terá bancadas expressivas nos dois endereços no Congresso.
Na Câmara, serão 80 deputados e deputadas federais, o que coloca a Federação Brasil da Esperança como a segunda força na Casa que tem 513 cadeiras. Já no Senado, o PT foi a única das legendas da Federação a eleger representantes. Reforçam a bancada Teresa Leitão (PE), Camilo Santana (CE), Wellington Dias (PI) e Beto Faro (PA), que se juntam a Paulo Paim (RS), Fabiano Contarato (ES), Jaques Wagner (BA) e Humberto Costa (PE), enquanto aguardam a decisão da eleição em Sergipe para saber se Rogério Carvalho (SE), candidato que foi ao 2º turno, conquista o governo estadual ou volta ao Senado para mais quatro anos de mandato.
Já se sabe, porém, que a Federação Brasil da Esperança será a quarta força do Senado, com 8 ou 9 senadores e senadoras. Além deles, o PT tem como aliados parlamentares cujos partidos integram o bloco parlamentar Resistência Democrática, Randolfe Rodrigues (Rede-AP) e Zenaide Maia (Pros-RN). Nome e composição do bloco serão rediscutidos, inclusive antes da posse dos novos senadores, em fevereiro.
Líder do PT até o fim da atual legislatura, em janeiro, o senador Paulo Rocha (PA) comemorou o reforço da bancada na Câmara e no Senado.
“A nossa Federação já nasce forte, como uma das maiores e mais qualificadas da Câmara dos Deputados. Tanto lá quanto no Senado, onde aumentamos a nossa bancada, atuaremos juntos para garantir os interesses do povo. Estaremos sempre alertas para denunciar e combater as pautas do atraso, que retiram direitos dos trabalhadores. Nas urnas, ampliamos nossas bancadas progressistas e estaremos mais fortes em 2023 para tratar de pautas que realmente interessam aos brasileiros, como as questões do desemprego e da fome”, pontuou.
Fabiano Contarato também saudou as novas conquistas para o time do Brasil da Esperança: “parabenizo aos companheiros e companheiras do Partido dos Trabalhadores pela vitória eleitoral! Temos muito a fazer para devolver emprego, comida, dignidade, saúde, educação, esperança ao povo brasileiro. Vamos juntos pelo Brasil, pelo nosso futuro, pela nossa democracia”, projetou, via Twitter.
Pela lei, as federações devem manter atuação conjunta, em torno de um programa comum, como se fossem uma só sigla, por no mínimo quatro anos. Se algum partido deixar a federação antes desse prazo, sofre punições, entre elas a proibição de utilização dos recursos do Fundo Partidário pelo período remanescente.