Foto: Agência PT
O desastre da gestão Bolsonaro na área de segurança pública vai ganhando ares mais dramáticos e tenebroso nessa reta final de 2022. Reportagem do jornalista Carlos Madeiro, do UOL, mostra que houve uma verdadeira corrida armamentista nesse final de ano no Brasil.
O atual governo regulamentou, nada menos, do que 2 mil novas armas por dias nos últimos três meses por caçadores, atiradores e colecionadores (CACs). O índice mais que dobrou na comparação com o período de janeiro a agosto, quando a média não chegava a 870 registros diários.
O número absurdo, nada mais é, do que a consequência direta dos decretos de Bolsonaro facilitando o acesso dos brasileiros a armas de fogo.
“Deveríamos ter aumento no número de crianças na escola, de livros vendidos, de recursos para a educação. Não da venda de armas. Precisamos mesmo é melhorar a segurança pública. O Brasil precisa de paz”, disse o senador Paulo Rocha (PT-PA), líder da bancada.
Levantamento do Instituto Sou da Paz revelou que, ao todo, Bolsonaro assinou 17 decretos desde 2019 regulamentando e facilitando o acesso às armas. Ainda, no período de seu governo, mais 19 portarias foram assinadas pelo Ministério da Justiça, da Defesa e Exército; 4 regulamentações da Polícia Federal; 2 resoluções do Ministério da Economia para a compra das armas e 2 projetos de lei enviados pelo governo Bolsonaro.
Brasil vive total descontrole sobre armas de fogo
Auditoria realizada pelo Tribunal de Contas da União (TCU) e divulgada no último dia 30 comprova o grave descontrole sobre o número de armas de fogo que entraram em circulação no país nos últimos anos.
Segundo a auditoria, o número total de novas armas registradas atingiu um recorde de 554.875 novas armas de foto que entraram em circulação no país nos últimos dois anos.
Os dados mostram que no período de janeiro de 2020 e dezembro de 2021 foi constatado um aumento de 33,28% no número de armas registradas no Sinarm, que é controlado pela Polícia Federal, o que se equivale a 366.587 novas armas cadastradas. Enquanto, no Sigma, sistema sob a responsabilidade do Exército, a alta atingiu o absurdo de 200,83%, ou seja, 188.288 novos armamentos de fogo que foram adquiridos de forma legal.
E a falta de confiabilidade nos dados dos sistemas de controle de armas não permitiram à área técnica do TCU analisar os impactos disso na segurança pública. Segundo o TCU também faltam regras para o compartilhamento das informações do Sinarm e no Sigma para confrontar os dados existentes no Sistema Nacional de Informações de Segurança Pública, Prisionais, de Rastreabilidade de Armas e Munições, de Material Genético, de Digitais e de Drogas.
