Gleisi Hoffmann denuncia crise nas finanças estaduais do Paraná

"O governador do PSDB anula conquistas e
benefícios dos trabalhadores da educação",
denuncia Gleisi Hoffmann

A Assembleia Legislativa do Paraná bem que tentou aprovar, em rito sumário – mais conhecido como tratoraço, uma série de projetos de lei que caçavam direitos dos servidores estaduais. Mas a mobilização dos trabalhadores conseguiu derrotar a manobra.

 

Foi essa ação, somada ao movimento dos professores contratados temporariamente, que não receberam seus pagamentos referentes ao ano de 2014 que colocaram luz sobre uma situação que o governo do tucano Beto Richa tenta, insistentemente, manter sob o tapete: a situação crítica dos cofres paranaenses.

 

“Não é de agora que estamos acompanhando a triste situação financeira do estado do Paraná. Durante 2013 e boa parte de 2014, assistimos às notícias dos atrasos nos pagamentos de fornecedores e prestadores de serviços por parte do governo do estado”, recordou a senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR) em pronunciamento ao plenário nesta quarta-feira (18).

 

Segundo ela, acumulam-se relatos não só de atrasos em pagamentos, mas de impossibilidade de arcar com responsabilidades como manutenção de viaturas policiais. “Com a proximidade das eleições, essas situações foram escondidas, maquiadas e insistentemente o governador dizia que as finanças estavam em ordem, que o estado estava azeitado e o melhor estaria por vir”, recordou a senadora.

 

Vencidas as eleições, a crise se mostrou com todo o seu tamanho. “Esse era o melhor que estava por vir? Foi esse o azeitamento e a ordem na casa que o senhor governador colocou durante os quatro anos de gestão?”, questionou a senadora, dirigindo-se a Beto Richa.

 

Ela lembrou que o estado é um dos que teve a maior arrecadação nos últimos anos: a receita do ICMS aumento 44%, além dos demais. “Como explicar essa crise, então? Gastou mal? Contratou muitos comissionados? Concedeu reajustes que não podia pagar? Aumentou o contrato com terceirizados? Ampliou fortemente a verba com publicidade?”

 

Gleisi concluiu que a única resposta possível para a razão da crise é descontrole nas contas públicas. “A despesa subiu 53% nesse mesmo período. Esse descontrole não foi ocasionado pelo governo federal, ou por mim, conforme o senhor governador acusava na campanha, dizendo-se perseguido. O seu Fundo de Participação dos Estados [FPE] não caiu; pelo contrário, subiu. Os empréstimos, apesar dos problemas nas suas contas, foram liberados, e a União sempre investiu muito no Paraná”, garantiu.

 

A parlamentar criticou ainda o pacote de medidas destinadas a reduzir as despesas. Segundo ela, as ações antigastos afetaram fortemente os servidores públicos, especialmente os professores. “Sem qualquer aviso, sem qualquer diálogo, sem negociação, pretendeu o governador do PSDB anular conquistas e benefícios dos trabalhadores da educação”, denunciou.

 

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