O governo Bolsonaro enviou nessa quarta-feira (31/8) ao Congresso Nacional a proposta para o orçamento da União para o próximo ano. E como era de se esperar, mais uma vez os brasileiros e brasileiras mais pobres não foram prioridade.
Mais uma vez, o salário-mínimo não terá ganho real. O governo pretende apenas repor a inflação do ano. A previsão do salário para o ano que vem é de R$ 1302. Esse será o quarto ano seguido que os trabalhadores e trabalhadoras ficarão sem aumento salarial.
O senador Paulo Paim (PT-RS) criticou o valor apresentado na proposta do governo e lembrou a importância da Política Nacional de Valorização Salarial instituída pelos governos do PT e descontinuada por Bolsonaro.
Nos governos do PT, tínhamos a Política Nacional de Valorização do Salário Mínimo (Inflação + PIB). O atual governo acabou com ela. Quando da sua vigência, o Salário Mínimo chegou a 350 dólares. Um dos maiores valores da história. Vamos de #LulaPresidente13 #BrasildaEsperança
— Senador Paulo Paim (@paulopaim) September 1, 2022
Paim também é autor do Projeto de Lei (PL 1231/2022) que retoma a política de valorização do salário-mínimo de longo prazo e estende seus efeitos aos benefícios dos aposentados e pensionistas do Regime Geral da Previdência Social.
O senador Humberto Costa (PT-PE) classificou como “escandaloso e atentatório à dignidade do povo brasileiro” o projeto orçamentário enviado pelo governo Bolsonaro ao Congresso Nacional.
“Quarto ano consecutivo que o salário-mínimo não tem aumento real, enquanto os preços explodem e os empregos são dizimados. Além disso, como estamos denunciando, o Auxílio Brasil cortado e, com toda a certeza, será brevemente extinto. Bolsonaro não tem projeto para país, nem preocupação com as pessoas. A única preocupação dele é ser reeleito para não ser preso”, enfatizou Humberto.
Bolsonaro propõe auxílio menor e estimula aumento da desigualdade
Ao contrário do que vinha prometendo nas últimas semanas o atual presidente, o governo enviou ao Congresso uma proposta de orçamento que frustra as 33 milhões de pessoas que passam fome no Brasil e dependem de algum auxílio do Estado para sobreviver.
A previsão é de que o benefício do Auxílio Brasil, antigo Bolsa Família, seja de apenas R$ 400. O que mostra o caráter eleitoreiro de Bolsonaro ao elevar o pagamento dos auxílios para R$ 600 apenas até dezembro deste ano.
“O presidente mostra sua cara de ‘mentiroso da República’ e encaminha para o Congresso um orçamento reduzindo o valor do auxílio para a população. Todos avisamos da lorota que estava sendo contada por Bolsonaro, agora comprovada pela peça orçamentária”, destacou o líder do PT no Senado, Paulo Rocha (PA).
O líder do PT no Senado também destacou o fato de o governo Bolsonaro cortar investimentos na área social e, em contrapartida, elevar os gastos econômicos com o crescimento da despesa com juros da dívida, favorecendo os proprietários de títulos públicos. Cada vez que o Banco Central aumenta a taxa básica de juros, a Selic, aumentam os juros recebidos pelos credores.
“Esse é o maior mecanismo de concentração de renda”, aponta o senador Paulo Rocha.
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