Silêncio

Governo reduz importância de debate sobre massacre em MT

“Essa não é uma questão ideológica ou partidária. Nove trabalhadores foram assassinados e a Comissão de Direitos Humanos não pode se calar", advertiu o senador Paulo Rocha (PT-PA)
Governo reduz importância de debate sobre massacre em MT

Foto: Policia local

A base de sustentação do governo Temer no Senado impediu nesta quarta-feira (26) na Comissão de Direitos Humanos (CDH) aprovação de requerimento de autoria do senador Paulo Rocha (PT-PA) para debater com o ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha e o secretário de desenvolvimento agrário, José Ricardo Ramos Roseno, soluções para o assassinato de nove trabalhadores rurais motivados por conflitos de terras ocorridos na área rural do município de Colniza, em Mato Grosso, na semana passada.

“Essa não é uma questão ideológica ou partidária. Nove trabalhadores foram assassinados e a Comissão de Direitos Humanos não pode se calar. Não podemos fazer igual uma avestruz, enfiar a cabeça na areia e deixar a tempestade passar”, disse o senador.

O requerimento necessitaria do apoio de todos os parlamentares presentes ao colegiado para ser inserido na pauta de votações. Porém, o senador José Medeiros (PSD-MT), representante do estado em que ocorreram as mortes, impediu a votação.

Para Paim, “essa não é uma questão de governo ou oposição. Me parece ser uma orientação do governo [para impedir a votação]. Não entendi. Essa é uma questão humana. Não foi o governo que mandou matar alguém. Queremos apenas refletir sobre o que aconteceu e no que podemos ajudar. Queremos apontar caminhos em nome daqueles que, infelizmente, foram assassinados e impedir que tantos outros ocorram no futuro”, destacou Paim.

O senador Romero Jucá (PMDB-RR), outro membro da base governista, criou confusão ao citar requerimento do senador Paulo Rocha (PT-PA) que não estava na pauta de discussões. O documento do senador petista requeria a convocação dos ministros da Justiça e da Casa Civil, Osmar Serraglio e Eliseu Padilha, respectivamente, ao colegiado para debater os assassinatos e esclarecer dúvidas sobre os acontecimentos.

Em sua fala Jucá afirmou que o governo não se furta do debate. Em seguida, Paim aproveitou a deixa para incluir o ministro da Justiça como convidado da audiência pública proposta. “O que propôs o senador Jucá é muito mais do que estou pedindo. Já que o senador Jucá incluiu o ministro, eu aceito”, disse Paim.

Ao final da reunião, o colegiado aprovou requerimentos da senadora Regina Sousa (PT-PI) e do senador Paulo Paim (PT-RS) de realização de audiência pública, na próxima terça-feira (2), sobre os assassinatos. Além disso, um grupo de senadores irá ao local das mortes para averiguar a situação dos conflitos de terra in loco.

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