O senador Humberto Costa (PT-PE), presidente da Comissão de Direitos Humanos (CDH), apresentou voto de pesar em decorrência do falecimento de Márcio Antônio do Nascimento Silva.
Márcio ficou conhecido nacionalmente por recolocar cruzes em um protesto em memória às vítimas da Covid. Entre elas, estava o seu filho. As cruzes eram arrancadas, na oportunidade, por um apoiador do governo Bolsonaro que seguia as teses negacionistas do atual presidente.
“Márcio certamente emocionou os brasileiros mais de uma vez. Seu gesto de indignação diante da vandalização de cruzes colocadas na Praia de Copacabana em homenagem às vítimas do coronavírus ganhou os noticiários nacionais, quando Márcio recolocou as cruzes removidas por um passante pedindo respeito à dor das pessoas”, lembrou o senador.
O senador Fabiano Contarato (PT-ES), vice-presidente da CDH, também se manifestou e enviou um abraço de conforto à família de Márcio. “Meus sentimentos e meu abraço à família de Márcio Antônio do Nascimento Silva, brasileiro que teve de enfrentar o bolsonarismo até para ter seu direito ao luto pela perda do filho vitimado pela Covid-19. Nada repara a dor da perda de um ente querido, mas a empatia com quem sofre precisa ser um compromisso dos políticos”, disse.
Ele também foi um dos convidados a depor na CPI da Covid, em outubro do ano passado, e emocionou o Brasil com seu depoimento.
“Não pude dar um abraço no meu filho, não pude dar um último beijo. Cheguei a levar uma roupa para vesti-lo. Não consegui fazer nenhum dos atos simbólicos. Tive que ficar parado três ou quatro horas na porta do cemitério olhando um carro sabendo que meu filho estava ali dentro para ser enterrado. Então, minha dor não é mimimi. Não é. Dói pra caramba mesmo. Dói, entendeu? Não aceito que ninguém aceite isso como normal.
Além da sua dor individual, o senador ainda recorda o gesto de solidariedade de Márcio com as demais famílias que perderam entes queridos ao longo da pandemia quando, ao final de seu depoimento à CPI, entregou aos membros da comissão 600 lenços brancos estendidos no gramado em frente ao Congresso Nacional, em ato promovido pela ONG Rio da Paz em homenagem aos mortos e órfãos da pandemia no Brasil.