Direitos Humanos

Humberto: “assassinato de menino de nove anos não ficará impune”

Parlamentares participaram de diligência no Engenho Roncadorzinho e cobraram providências das autoridades
Humberto: “assassinato de menino de nove anos não ficará impune”

Foto: Assessoria

O senador Humberto Costa (PT-PE), presidente da Comissão de Direitos Humanos (CDH), participou na manhã desta sexta-feira (18), ao lado de outros parlamentares, de diligência ao Engenho Roncadorzinho, localizado em Barreiros, na Zona da Mata de Pernambuco. O objetivo da visita foi cobrar as autoridades locais providências e a apuração rigorosa acerca da morte de Jonatas Oliveira, de 9 anos, assassinado a tiros dentro de casa por homens encapuzados no último dia 10.

“Não descansaremos até que todos os responsáveis sejam punidos. A justiça precisa ser feita com urgência. O assassinato brutal do garoto Jonatas de apenas 9 anos não pode ficar sem punição”, disse o senador.

O garoto era filho do líder rural Geovane da Silva Santos, presidente da associação dos agricultores do engenho, baleado no ombro durante a ação criminosa que culminou na morte de Jonatas.

De acordo com Humberto, a investida criminosa ocorrida no dia 10 de fevereiro não se trata de fato isolado. “Várias comunidades da Zona da Mata se sentem ameaçadas e relatam vários episódios de violência por conta do conflito agrário na região”, destacou.

“Nos olhos dos moradores aqui de Roncadorzinho conseguimos ver o medo diante da brutalidade do que aconteceu com o menino Jonatas”, disse o senador.

Na última quarta-feira (16), ocorreu a prisão de dois homens e a apreensão de um adolescente suspeitos de envolvimento com o crime. De acordo com a polícia, o adolescente e um dos adultos confessaram a participação no assassinato da criança e o outro homem negou envolvimento com o homicídio de Jonatas.

A polícia informou que os três suspeitos presos fazem parte de uma quadrilha de tráfico de drogas. E indicou que o crime teria sido em razão de um desentendimento dos integrantes do grupo com o pai de Jonatas. Informação contestada pela comunidade do Engenho Roncadorzinho, que apontou a disputa de terras no centro do assassinato: os criminosos queriam um pedaço da terra do para criar cavalos.

O promotor de Justiça de Barreiros, Júlio César Cavalcanti Elihimas, observa que o assassinato de Jonatas é “típico de atividade de grupo de extermínio e pistolagem”.

“As crianças pedem justiça por Jonatas. O povo de Roncadorzinho não pode viver dessa forma, com medo de ter sua casa invadida, com medo de amanhã não ter onde morar, com medo de perder um filho. Buscaremos justiça”, afirmou Humberto.

Necessidade de regularização
Por meio de nota, a Federação dos Trabalhadores na Agricultura (Fetape) e a Comissão Pastoral da Terra (CPT) defenderam a importância da regularização das terras na Zona da Mata de Pernambuco, ressaltando que a região “têm sido alvo de cobiça e especulação imobiliária por diversos grupos econômicos”.

Nos anos de 2020 e 2021, ao menos 58 denúncias de ameaça de morte devido a conflitos no campo em Pernambuco foram registradas pela CPT. Desse total, 41 ocorreram na Zona da Mata Sul, onde fica o Engenho Roncadorzinho, local do assassinato de Jonatas.

Com informações de agências de notícias

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