Corrupção no governo

Humberto Costa critica desfaçatez do governo no caso Wajngarten

MPF pede investigação do chefe da Secretaria de Comunicação de Bolsonaro por corrupção e peculato
Humberto Costa critica desfaçatez do governo no caso Wajngarten

Foto: Alessandro Dantas

“O presidente [da República], o ministro da Justiça, os aliados, todos estão vendados diante de mais um escândalo de corrupção dentro do governo. ‘Olhos fechados’ deve ser a ordem por lá”, assim reagiu o líder do PT no Senado, Humberto Costa (PE), diante do silêncio do governo Bolsonaro em relação ao secretário de comunicação (Secom) da Presidência da República, Fábio Wajngarten.

O Ministério Público Federal (MPF) pediu à Polícia Federal, nesta terça-feira (28), a abertura de um inquérito criminal para investigar Wajngarten por suspeitas de crime de corrupção, peculato e advocacia administrativa. As denúncias foram levantadas após a divulgação de que, além de sua atuação como chefe da Secom, Wajngarten acumula o cargo de sócio majoritário da empresa FW Comunicação, que tem como clientes agências e emissoras contratadas pelo próprio governo Bolsonaro.

As suspeitas de conflito de interesse foram confirmadas pela Folha de S. Paulo. Desde quando o chefe da Secom assumiu a pasta, em abril de 2019, as emissoras Record e Band, para quais a FW Comunicação presta serviços publicitários, têm recebido fatias de verbas públicas cada vez maiores. Assim como o SBT, que foi cliente da empresa de Wajngarten até o primeiro semestre do ano passado.

Como chefe da Secom, Wajngarten é o responsável por destinar os recursos públicos à emissoras e agências por meio de verbas publicitárias do Planalto, além de também ser responsável pelo controle na distribuição de todos os outros órgãos federais.

Apesar dos reiterados discursos de combate à corrupção, Bolsonaro tem procurado minimizar as denúncias que pesam sobre seu secretário de Comunicação, chegando a agredir verbalmente um repórter da Folha, que o questionou sobre o assunto.

Professor do Departamento de Ciência Política da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), Wagner Romão avalia que a postura do presidente não é impensada, ao contrário, de acordo com o cientista político, Bolsonaro assim age porque Wajngarten é uma “peça chave para a estratégia de comunicação do governo” de se alinhar politicamente a algumas emissoras.

“Bolsonaro faz, desde a campanha, um processo de aproximação dessas redes de televisão alternativas à Rede Globo e o Wajngarten é uma peça importante nessa política de comunicação. Por isso ele está aguardando, até o momento que seja inevitável a demissão de Wajngarten. E é muito provável que ela seja inevitável. Quando o Ministério Público Federal faz esse pedido e a Polícia Federal, efetivamente, começar a fazer essa investigação, me parece que vai ser insustentável a permanência de Wajngarten”, explicou Romão.

Com informações da Rede Brasil Atual

 

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