Terminou no início da noite deste sábado (31), no Gabinete da Liderança do PT no Senado, a reunião da bancada que definiu a escolha do nome que apoiará na disputa pela Presidência da Casa pelos próximos dois anos. “O partido tomou, por unanimidade, a posição de apoiarmos o candidato do maior partido, que é o PMDB, e que foi indicado por sua bancada e esse nome é o do senador Renan Calheiros (PMDB-AL)”, anunciou o líder do PT, Humberto Costa (PE), em entrevista coletiva à imprensa.
Humberto reforçou o que tem afirmado nos últimos dias, ou seja, a defesa ao respeito à proporcionalidade, onde o cargo de presidente do Senado cabe à maior bancada. “Defendemos, também, o princípio da autonomia das bancadas. Aquelas que escolherem seus representantes e tiverem o seu nome (para comissões permanentes) indicado, nós iremos votar no que foi escolhido”, garantiu.
Uma repórter indagou: “O partido inteiro vai ter que votar sim ?”, querendo saber se a bancada havia fechado uma questão de ordem em torno da candidatura de Renan Calheiros.
O líder respondeu que, por se tratar de uma eleição por voto secreto, o fechamento de questão seria inócuo. “Mas a manifestação dos integrantes da bancada foi unânime. Todos nós temos enorme respeito pelo senador Luiz Henrique (PMDB-SC); achamos que ele é um dos melhores quadros que dispomos; ele tem sido uma pessoa absolutamente equilibrada nos seus posicionamentos, mas entendemos que temos de seguir a decisão oficial dos partidos e cumprir o compromisso histórico que o Partido dos Trabalhadores sempre teve, de respeitar o critério da proporcionalidade – até porque nós queremos que esse critério seja respeitado também quando se tratar de um espaço que corresponda à posição do PT”, enfatizou.
Humberto disse ainda que, na reunião os senadores da bancada petista, ficou decidida a manutenção dos mesmos integrantes que participaram da Mesa Diretora do Senado nos últimos dois anos. Com isso, mantém-se o nome do senador acriano Jorge Viana como primeiro vice-presidente da casa e o da senadora Ângela Portela, na Quarta-Secretaria.
Em relação à liderança da bancada, Humberto disse que ainda não houve uma definição. “Provavelmente a presidência das comissões a que o PT têm o direito pela proporcionalidade e a liderança da bancada devemos escolher na próxima segunda-feira (2).
Sobre a nova reunião da bancada neste domingo (1º), pouco antes da cerimônia de posse dos novos senadores, Humberto respondeu ela está marcada apenas para debater a possibilidade de algum “fato novo” surgir no cenário. “Nós vamos ter uma reunião simplesmente se algum fato novo surgir nas negociações de hoje para amanhã, mas nossa posição ela está definida. Eventualmente, se houver alguma mudança no posicionamento dos nossos integrantes dentro da Mesa Diretora poderemos discutir. Em princípio, é essa a decisão”, disse.
O líder destacou que o PT está fechado com a candidatura de Renan, considerando que todos os integrantes da bancada têm o direito de se manifestar. “Depois que uma decisão é tomada, nós sempre caminhamos por essa decisão. Eu acho que a única vez que esse critério da proporcionalidade e do respeito à decisão da maior bancada não foi cumprido pelo PT, nós tivemos repercussões muito negativas. Então, aprendemos com isso e todos têm a convicção que, independentemente do nome indicado por cada uma das bancadas, nós estaremos com esse nome, até porque queremos o apoio de todos os partidos para os nossos nomes também”, disse.
Marcello Antunes