Fraude judicial

Humberto critica método Dallagnol de chantagem às instituições

The Intercept Brasil revelou o uso de dois grupos políticos, por parte da Força-Tarefa da operação Lava Jato, para pressionar o Supremo Tribunal Federal
Humberto critica método Dallagnol de chantagem às instituições

Foto: Alessandro Dantas

O uso de arsenais de comunicação para constranger as instituições e coagi-las a ignorar direitos e garantias constitucionais — como a pressão orquestrada pelo chefe da Lava Jato, Deltan Dallagnol apoiado por grupos de direita como Vem Pra Rua e Instituto Muse — é “um enredo de terror, com tons típicos do nazismo”, alerta o líder do PT no Senado, Humberto Costa (PE).

“Uma trama de caráter messiânico, fundada no culto à personalidade de alguns agentes públicos que, julgando-se acima do Estado de direito, vendiam o falso propósito de limpar o País pelo expurgo daqueles que eles apontavam como um mal a ser eliminado”, descreve o senador.

Nas sombras
No último fim de semana, o site noticioso The Intercept Brasil revelou mais um aspecto das tramas urdidas no interior da Operação Lava Jato: o uso de dois grupos políticos para pressionar o Supremo Tribunal Federal na indicação do substituto do falecido ministro Teori Zavascki como relator dos processos oriundos da Lava Jato e para constranger ou pressionar integrantes do STF nos julgamentos que discutiram a prisão em segunda instância.

Em mensagens trocadas pelo aplicativo Telegram “Dallagnol pauta atos públicos, publicações em redes sociais e manifestações dos movimentos de forma oculta, tomando cuidados para não ser vinculado publicamente a eles”, revelou o Intercept.

Chantagem às instituições
Para Humberto Costa, ficou claro que “Dallagnol e sua turma organizavam um conluio para emparedar altas autoridades da República com a finalidade precípua de tentar chantageá-las”.

A articulação de grupos de extrema-direita para atacar ocupantes de altos postos em instituições cuja missão é zelar pelo Direito mirou membros da Suprema Corte e sequer poupou a chefe dos procuradores da Lava Jato, a procuradora-geral da República Raquel Dodge.

Momento disfuncional
“Não há dúvida para qualquer pessoa de compreensão mediana de que estamos vivendo um momento extremamente disfuncional da nossa democracia”, aponta o líder do PT.

Essa crise chegou ao fundo do poço: “O devido processo legal foi eliminado. As garantias constitucionais foram eliminadas. Todas as leis, todos os códigos de conduta foram rasgados em nome de um lawfare odioso, montado por uma rede de usurpadores do Estado de direito, determinados a dobrar a democracia às suas próprias vontades”, denunciou Humberto.

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