Combate ao preconceito

Imunidade não é escudo para prática de crimes, alerta Contarato

Líder do PT no Senado rebateu discurso homofóbico e preconceituoso proferido por vereador de cidade capixaba
Imunidade não é escudo para prática de crimes, alerta Contarato

Foto: Alessandro Dantas

O senador Fabiano Contarato (ES), líder do PT no Senado, rebateu nesta terça-feira (7) as falas criminosas do vereador da cidade de Serra, no Espírito Santo, nas quais classificou cidadãos LGBTQIA+ como “anormais”. “A imunidade parlamentar jamais pode ser utilizada como escudo protetivo para a prática de crimes”, destacou o líder.

Contarato elencou uma série de situações que, de fato, são anormais e passam despercebidas sem chamar a devida atenção de ocupantes de cargos públicos que ostentam discursos de ódio e preconceito.

“Infame e anormal é nós termos 31 mil denúncias de violência doméstica e familiar, termos um Brasil com recordes de feminicídio, com 699 mulheres. Anormal é nós termos 12 milhões de mulheres que criam seus filhos sozinhas. Isso sim é anormal”, pontuou Contarato.

O senador, pai de dois filhos adotivos, defendeu o direito de casais homoafetivos constituírem família. Assim como fez durante a CPI da Covid, quando confrontou um empresário bolsonarista que também havia proferido discurso homofóbico, Contarato destacou que sua família tem os mesmos direitos das famílias heterossexuais.

“Só gostaria de falar para essas pessoas que continuam disseminando ódio e preconceito, tendo um comportamento homofóbico, que a minha família não é anormal. Anormal é nós termos milhares de crianças sendo rejeitadas por casais heterossexuais e que estão nos abrigos”, disse.

“Vamos exercer mais a empatia, exercer mais o amor. Enquanto nós formos julgados pela orientação sexual, pela cor da pele, por ser idoso, por ser mulher, nós estaremos muito longe de alcançar aquilo que é a essência da vida”, concluiu Fabiano Contarato.

O Ministério Público do Espírito Santo (MPES) vai apurar o discurso preconceituoso proferido pelo vereador Igor Elson (PL). “O MPES informa que recebeu manifestação anônima em relação ao caso e a encaminhou para a Comissão de Direito à Diversidade Sexual e à Identidade de Gênero (CDDS) da instituição, para análise e adoção de providências”, disse em nota.

O Conselho Estadual LGBT+ estuda providências a serem tomadas sobre as falas do parlamentar.

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