Investigação no STF é recebida com tristeza e indignação por Humberto, Gleisi e Lindbergh

Surpresa, tristeza e indignação são os pontos comuns das notas que os senadores do PT – Humberto Costa (PE), Gleisi Hoffmann (PR) e Lindbergh Farias (RJ) – divulgaram neste sábado (7), por terem sido incluídos na lista de pedidos de investigação enviados pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot, ao ministro Teori Zavascki, responsável pelos processos da Operação Lava Jato no Supremo Tribunal Federal (STF).

Líder do PT no Senado, Humberto Costa nega qualquer vínculo com o ex-diretor da Petrobras, Paulo Roberto Costa, que, numa de suas delações, à qual o senador não teve acesso, envolveu seu nome a partir de suposta conversa de uma terceira pessoa, conforme um dos vazamentos selecionados das investigações, publicados por vários dos maiores jornais brasileiros em novembro do ano passado, quando o senador colocou à disposição do Ministério Público e do STF a quebra de seus sigilos bancário, telefônico e fiscal.

Ao final do processo, o reconhecimento da injustiça

Na nota, além de “surpresa e indignação”, o senador ainda afirma que, até este sábado (7), “não tem conhecimento formal de quaisquer fatos que lhe tenham sido atribuídos, salvo pelas supostas informações de criminosos vazamentos seletivos oriundos de delações prestadas à Justiça por réus confessos”.

Reiterando a lisura que marca sua conduta como homem público, Humberto Costa reafirma, mais uma vez, que todas as doações que sua campanha eleitoral recebeu “foram legais, auditadas, julgadas e aprovadas pela Justiça Eleitoral”. Pede celeridade ao processo do STF, que hoje o submete a uma “injusta exposição”, seguro de que todas as ilações contra ele serão desmentidas.

Ao final, se declara “pronto a cooperar com todas as etapas de eventuais investigações e diligências, seguro de que, ao fim, a sua inocência será rigorosamente comprovada”.

Investigação é oportunidade para esclarecer

A ex-ministra-chefe da Casa Civil e senadora Gleisi Hoffmann, em nota divulgada na cidade de Foz do Iguaçu, diz que recebeu o acolhimento do pedido de investigação contra seu nome no STF com “tristeza e ao mesmo tempo tranquilidade”. E explica: “Tristeza por ter meu nome envolvido em caso de corrupção”, pois seu “maior patrimônio é o nome e a trajetória pública em defesa do direito das pessoas e de uma sociedade com justiça social.” Tranquilidade porque: “não temo a investigação e terei condições de provar que nada tenho com este esquema que atacou a Petrobras. A investigação é oportunidade de esclarecimento dos fatos e espero que seja a forma de acabar com o julgamento antecipado”.

A senadora novamente reafirma que não conhece nem manteve contato com Paulo Roberto Costa ou Alberto Youssef, pondo-se à “disposição de colaborar com todo o processo investigatório”.

Indignação por todos os implicados serem colocados no mesmo nível

Do Rio de Janeiro, também com “surpresa, porém com serenidade”, o senador Lindbergh Farias reitera estar tranquilo com o pedido de investigação aceito pelo STF. O senador, porém, desaprova com veemência a maneira com que os fatos relacionados à operação Lava Jato vêm sendo noticiados.  “Minha indignação é colocarem todos na mesma situação. Igualaram políticos que receberam propinas, pagamentos pessoais, depósitos em conta com doações legais de campanha. É preciso separar o ‘joio do trigo’!”, protesta ele, igualmente vítima dos vazamentos selecionados que, há meses, se multiplicam na mídia dominante.

Contra a “criminalização da política”

Como no caso do senador Humberto Costa, a denúncia contra Lindbergh Farias sustenta-se em conversas de terceiros sobre doações para a campanha eleitoral de 2010.

“A acusação contra mim é que Paulo Roberto teria pedido a Youssef para este repassar dois milhões para minha campanha. Youssef, por sua vez, afirma categoricamente que não me conhece, que nunca recebeu pedido de Paulo Roberto para fazer pagamento a mim e consequentemente nunca fez”, afirma Lindbergh. “Todas as doações da nossa campanha foram devidamente registradas, na forma da lei eleitoral, como se atesta da própria petição do MPF ao Supremo”.

O senador ainda condena a intenção de se “criminalizar a política”, seguro de que o STF decidirá pelo arquivamento do inquérito pelo STF.

ÍNTEGRAS DAS NOTAS DOS SENADORES

 

Senador Humberto Costa

humberto costaHumberto: sem conhecimento formal da denúncia

“Em razão dos desdobramentos, no Supremo Tribunal Federal (STF), dos processos de delação premiada originários da Operação Lava Jato, o senador Humberto Costa (PE), líder do PT no Senado, vem esclarecer o que segue:

1 – que recebeu com surpresa e indignação a inclusão do seu nome entre os dos parlamentares contra os quais a Procuradoria-Geral da República recomendou abertura de inquérito ao STF;

2 – que não tem conhecimento formal, até o presente momento, de quaisquer fatos que lhe tenham sido atribuídos, salvo pelas supostas informações de criminosos vazamentos seletivos oriundos de delações prestadas à Justiça por réus confessos;

3 – que reitera a lisura de sua conduta e de sua vida pública e que todas as doações que recebeu em campanhas eleitorais de que participou foram legais, auditadas, julgadas e aprovadas pela Justiça Eleitoral;

4 – que, há quatro meses, já deixou à disposição do Supremo, do Ministério Público e do Senado Federal, todos os seus sigilos bancário, fiscal e telefônico;

5 – que, aberto o inquérito pelo STF, e diante da injusta exposição a que ficará submetido, espera celeridade do processo e confia no seu consequente arquivamento, em razão de estar certo da insubsistência de qualquer ilação que haja contra ele;

6 – que está pronto a cooperar com todas as etapas de eventuais investigações e diligências, seguro de que, ao fim, a sua inocência será rigorosamente comprovada.

Recife, 6 de março de 2015

Humberto Costa

Senador da República”

 

Senadora Gleisi Hoffmann

gleisi hoffmannGleisi: não temo investigações

“Recebo a notícia desta investigação com tristeza e ao mesmo tempo com tranquilidade. Tristeza por ter meu nome envolvido em caso de corrupção. O maior patrimônio que eu tenho, construído ao longo destes anos é o meu nome e a minha trajetória pública em defesa do direito das pessoas e de uma sociedade com justiça social.

E tranquilidade, porque eu não temo a investigação e terei condições de provar que nada tenho com este esquema que atacou a Petrobras. A investigação é oportunidade de esclarecimento dos fatos e espero que seja a forma de acabar com o julgamento antecipado.

Não conheço e jamais mantive contato com Paulo Roberto Costa e Alberto Youssef. Reafirmo minha disposição de colaborar com todo o processo investigatório”.

 

Senador Lindbergh Farias

Recebi com surpresa, porém com serenidade, a inclusão do meu nome na representação formulada pelo Ministério Público Federal perante o STF.

Minha indignação é colocarem todos na mesma situação. Igualaram políticos que receberam propinas, pagamentos pessoais, depósitos em conta com doações legais de campanha. É preciso separar o “joio do trigo”! Só recebemos doaç?es legais, na conta de campanha.

lindbergh fariasLindbergh: é preciso separar o joio do trigo

A acusação contra mim é que Paulo Roberto teria pedido a Youssef para este repassar dois milhões para minha campanha. Youssef, por sua vez, afirma categoricamente que não me conhece, que nunca recebeu pedido de Paulo Roberto para fazer pagamento a mim e consequentemente nunca fez.

 

Todas as doações da nossa campanha foram devidamente registradas, na forma da lei eleitoral, como se atesta da própria petição do MPF ao Supremo.

Mesmo assim, requereu-se a instauração de um inquérito apenas pelo fato de minha campanha ter recebido recursos regulares e oficiais oriundos do PT e de empresas, o que significa criminalizar a política, uma vez que não ha qualquer indício de irregularidade de qualquer ordem.

Reiteramos a certeza do arquivamento do inquérito pelo Supremo Tribunal Federal e a confiança na Justiça.

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