Jorge Viana comemora início do pagamento das indenizações após sete décadas

A partir da próxima semana, mais de 50 mil brasileiros ou seus descendentes começam a receber o pagamento de uma dívida de quase 70 anos.  A presidenta Dilma Rousseff informou, nesta quinta-feira (26) ao primeiro vice-presidente do Senado, Jorge Viana (PT-AC) que a indenização aos jovens recrutados durante a Segunda Guerra Mundial para trabalhar nos seringais da Amazônia será paga juntamente com a pensão do mês.

“Não poderia haver momento mais oportuno para que a economia acreana tenha esse reforço”, comemorou o senador, referindo-se ao momento complicado por que passa o estado que, mais uma vez, enfrenta uma grande cheia. Ele disse que cada um dos “Soldados da Borracha” vai receber uma indenização de R$ 25 mil. “Há 6.897 soldados ou seus descendentes vivendo hoje no Acre, o que significa que R$ 175 milhões estarão sendo colocados na economia a partir de segunda-feira”, disse.

O senador agradeceu à presidenta e a todos os parlamentares que se empenharam pela aprovação da Proposta de Emenda Constitucional (PEC), que permitiu o pagamento.Primeiro, a senadora Vanessa Grazziotin (PCdoB- AM) , que apresentou a proposta de pagamento de uma pensão a esses soldados em 2002; depois à deputada Perpétua Almeida (PCdoB-AC), que encampou a ideia como homenagem ao pai, que estava entre esses heróis e ao ex-senador Aníbal Diniz, que foi relator da matéria na Comissão de Constituição e Justiça do Senado, onde foi costurado o acordo que garantiu o reconhecimento definitivo do direito à indenização.

A proposta foi aprovada no ano passado, depois de 12 anos de tramitação. Ela assegura a indenização de R$ 25 mil aos recrutados para o esforço de guerra na Década de 40 e uma pensão vitalícia de dois salários mínimos.

Esforço de guerra

Os soldados da borracha fizeram parte do esforço de guerra brasleiro. Eles eram recrutados para a extração de látex, matéria-prima para os pneus dos aviões, carros, caminhões, motos e bicicletas dos Aliados contra as forças do Eixo.

Os trabalhadores foram recrutados pelo Semta (Serviço Especial de Mobilização de Trabalhadores para a Amazônia), com promessas de melhoria de vida.

Na ocasião, 55 mil homens seguiram para os confins da Amazônia, onde viveram e trabalharam, enfrentando a hostilidade do meio, as febres e os animais selvagens. As condições precárias resultaram na morte de 30 mil deles, reconhecidos pela Constituição de 1988 como ex-combatentes, no mesmo patamar que os Pracinhas da Força Expedicionária Brasileira (FEB).

Giselle Chassot

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