Jorge Viana lamenta rejeição de projeto que reduz suplentes

Petista diz que Senado deu passo para trás ao rejeitar projeto, na contramão do desejo das ruas.

Jorge Viana lamenta rejeição de projeto que reduz suplentes

 

“Era o jeito de acabarmos com o nepotismo
na política”

Vice-presidente do Senado, Jorge Viana (PT-AC), considerou um retrocesso na agenda positiva do Congresso a rejeição pelo plenário da proposta de emenda à Constituição que reduzia o número de suplentes de senador. Mesmo obtendo 46 votos favoráveis, 17 contrários e uma abstenção, a PEC não alcançou o número mínimo para aprovação, de 49 senadores. “Lamentavelmente, nós perdemos uma oportunidade de dar um passo. Não só perdemos darmos um passo à frente, como, do ponto de vista da opinião pública, demos um passo para trás”, disse.

A proposta foi rejeitada pelo plenário do Senado na noite de terça-feira (09) de julho, e proibia ainda a eleição para suplente de cônjuge ou parente consanguíneo ou afim do titular do mandato, até o segundo grau ou por adoção. “Era o jeito de acabarmos com o nepotismo na política”, criticou.

O projeto original era do senador José Sarney (PMDB-AP) e foi relatada por Luiz Henrique da Silveira (PMDB-SC). A bancada do PT no Senado votou em peso pela aprovação da matéria. “Estamos perdendo o bonde da reforma política”, alertou o senador petista.

Prefeituras
No discurso proferido na tarde desta quarta-feira, Viana elogiou a iniciativa da presidenta Dilma Rousseff de repassar emergencialmente R$ 3 bilhões aos municípios. A primeira parcela estará disponível a partir de agosto. O anúncio ocorreu no final da manhã, durante encontro da 16ª Marcha a Brasília em Defesa dos Municípios, que reuniu 3 mil prefeitos.

Dilma também anunciou mudanças no Programa Minha Casa, Minha Vida em municípios com menos de 50 mil habitantes, a serem executadas pelo Caixa Econômica Federal e pelo Banco do Brasil. “A presidenta chegou com a proposta maior do que a que o presidente Lula levou em outros encontros: ofereceu R$3 bilhões”, comentou. Apesar do anúncio, Dilma foi vaiada. O senador lamentou o desencontro. “Acho que foi um problema de comunicação”, disse.

O senador petista avalia que os recursos anunciados pelo Palácio do Planalto, compensa perdas dos estados e municípios. “Defendo que façamos uma melhor distribuição dos recursos, porque isso é a Federação”, disse, apontando que a nova repactuação é fundamental. “O Brasil precisa assumir definitivamente que criou municípios demais e com condição de menos”, alertou.

Viana diz que é preciso repactuar condições para que as prefeituras possam atender melhor a população, dando mais qualidade aos serviços. “Sob pena de as pessoas seguirem com esse sentimento, que é antagônico, difícil até de entender, em que alcançamos bons indicadores sociais e econômicos e há insatisfação nas pessoas”, destacou. “Neste momento, é fundamental que revisemos essa relação entre governo e prefeituras, em favor das prefeituras, com bônus, mas também com ônus, com maior cobrança, como quer a população”.

To top