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Senadores condenam decisão e convocam para luta nas ruas

"Cabe a um magistrado julgar, e não atuar politicamente em processos extremamente importantes ao país; o que vimos hoje foi lamentável", denunciou o senador Humberto Costa (PT-PE), líder da Oposição no Senado
Senadores condenam decisão e convocam para luta nas ruas

Foto: Divulgação

Não foi o apito final. O Diretório Nacional do Partido dos Trabalhadores vai se reunir nesta quinta-feira (25), em São Paulo, para reafirmar a candidatura de Luiz Inácio Lula da Silva à Presidência da República. Lula foi condenado por três votos a zero, no início da noite desta quarta-feira (24), pelo Tribunal Regional Federal da 4ª Região. Os petistas reafirmam que não será no tapetão do TRF-4 que o favorito na preferência eleitoral dos brasileiros e maior representante do campo democrático será afastado da disputa presidencial em 2018.

“Vai ter luta!”, assegura o líder do PT no Senado, Lindbergh Farias (RJ), que acompanhou em Porto Alegre (RS) o julgamento de Lula. “O que os patrocinadores do golpe estão dizendo é que eleição agora só vale se eles ganharem. Se querem levar o País para a instabilidade, saibam que nós vamos enfrentar nas ruas, vamos derrotar esse golpe com mobilização popular”, afirmou o senador, para quem a condenação do ex-presidente é o ato final da ruptura do pacto em torno da democratização firmado na Constituição de 1988, um processo iniciado com a deposição da presidenta legitimamente eleita, Dilma Rousseff, em 2016.

[blockquote align=”none” author=”Senador Lindbergh Farias, líder da Bancada do PT no Senado”]”Se querem levar o País para a instabilidade, saibam que nós vamos enfrentar nas ruas, vamos derrotar esse golpe com mobilização popular”[/blockquote]

“Não conseguem derrotar Lula nas urnas, daí querem derrubá-lo pela justiça, sem provas”, resumiu a presidenta nacional do PT, senadora Gleisi Hoffmann.  “A partir deste momento é radicalização total na luta do povo brasileiro. Nas ruas, vamos ganhar essa batalha. Com a organização do povo”.

Senadores reagem
A condenação de Lula pelo TRF-4 era esperada no jogo de cartas marcadas do lawfare (uso da justiça como arma política). Ainda assim, causou indignação entre os integrantes da bancada do PT no Senado. Humberto Costa (PE), líder da Oposição na Casa, lembrou que “cabe a um magistrado julgar, e não atuar politicamente em processos extremamente importantes ao país. O que vimos hoje foi lamentável”.

Para o senador Paulo Rocha (PT-PA), “quem tinha dúvida que o Brasil vive um golpe, a partir de hoje tem certeza. Uma vergonha de julgamento. O Brasil não deve aceitar esse escândalo. Lugar de política é nas urnas e não no tribunal”, alertou o senador Paulo Rocha (PT-PA).

“O maior líder político do Brasil, que tirou o país do Mapa da Fome, promoveu a ascensão de 40 milhões da pobreza e realizou o maior programa de distribuição de renda da história, não merece tamanha injustiça. Esse país que já foi injusto com os presidentes Getúlio Vargas e Jucelino Kubtschek, agora é injusto com Lula”, advertiu o senador Jorge Viana (PT-AC) em nota divulgada no final do dia. “Infelizmente, a decisão não faz Justiça e nem sinaliza uma saída para a crise institucional que vivemos. Pelo contrário. Vai agravar a divisão do Brasil, diminuindo as chances do país se reencontrar. Isso não é bom para o povo brasileiro”, alerta o senador acreano.

“Ninguém vai prender o Lula .Porque não há cadeia em que caiba o bem que Lula fez a este País. Não há cadeia em que caibam os sonhos que Lula ainda tem para este País. Não há cadeia em que caibam os milhões de Lulas que estão nas ruas hoje – que somos nós. E ele não vai ser preso, porque já está preso nos nossos corações”, reagiu a senadora Regina Sousa (PT-PI).

“Trata-se da continuação do golpe de Estado consumado em agosto de 2016, que sequestrou a soberania do voto popular e impôs uma agenda de perversos retrocessos sociais ao povo brasileiro”, advertiu a senadora Fátima Bezerra (PT-RN), em nota divulgada em seu perfil de Facebook. Para Fátima, “para consolidar o golpe é preciso impedir que a maior liderança popular do nosso país seja candidato e seja eleito presidente do Brasil. É preciso transformar a próxima eleição presidencial em uma fraude”.

“A condenação de Lula, sem provas, expõe o lado político, partidário e antidemocrático da justiça brasileira. É um desrespeito à Constituição e aos princípios do direito no mundo”, denunciou o senador José Pimentel (PT-CE) em suas redes sociais.

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O julgamento
Lula foi julgado na última quarta-feira no caso associado à propriedade de um apartamento no Guarujá (SP) — apartamento que ele já provou que não é dele. O ex-presidente havia sido condenado pelo juiz Sérgio Moro e recorreu à instância superior, o TRF-4. O relator no tribunal, desembargador João Pedro Gebran Neto —o mesmo que figura nos agradecimentos especiais da dissertação do juiz de Curitiba— manteve a condenação por corrupção e lavagem de dinheiro e aumentou a pena de 9 anos e seis meses para 12 anos e um mês.

“Vamos recorrer em todas as instâncias do Judiciário. Queremos que seja feita justiça com o presidente, que é inocente. Agora, não vamos deixar de lutar pela democracia. Nessa encruzilhada política, não vamos aceitar uma sentença que não seja justa, que não seja legal e que não seja constitucional”, garantiu Gleisi Hoffmann.

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