Juros: Febraban desautoriza avaliação de seu economista-chefe

Febraban desautoriza avaliação de Rubens Sardenberg que ironiza esforço do governo Dilma para reduzir juros cobrados pelos bancos no Brasil.

 

O Globo de hoje traz reportagem assinada pelos repórteres Martha Beck, Gabriela Valente e Aguinaldo Novo, mostrando como a Febraban desautorizou seu economista-chefe, Rubens Sardenberg, em sua avaliação sobre a investida da presidenta da República, Dilma Rousseff, para reduzir os juros. O texto do economista, irmão do colunista Carlos Alberto Sardenberg,  provocou reação imediata da direção dos maiores bancos nacionais, dizendo que a opinião do economista não refletia o pensamento da Febraban.

Informa ainda a reportagem que a presidenta não quis contraditar o economista-chefe da Febraban, passando a função ao ministro da Fazenda, Guido Mantega. Antes mesmo do ministro consultar a entidade, o presidente do Bradesco, Luiz Carlos Trabucco, “ligou para Mantega para contornar a situação”.  Em retorno, ouviu do ministro, segundo O Globo, “que, se as críticas tinham sido públicas, a retratação também teria que ser. Mantega deu prazo até o fim da tarde (de ontem) para a Febraban se manifestar”. Assim aconteceu. Em nota oficial, a Febraban afirmou, em seguida, que a análise do boletim assinada por seu economista-chefe “não pode ser interpretada como um posicionamento oficial da entidade ou de seus associados”.

“Na véspera”, lembra o jornal, “Sardenberg afirmara que ‘alguém já disse que você pode levar um cavalo até a beira do rio, mas não conseguirá obrigá-lo a beber a água’, numa referência à pressão da equipe econômica para a redução dos spreads (diferença entre o que o banco paga para captar dinheiro e o que cobra do cliente) embutidos nos empréstimos e para o aumento do volume de crédito. Procurado na noite de segunda-feira pelo GLOBO, um interlocutor próxima da presidente Dilma rebateu: ‘você não pode obrigar um cavalo a beber água, mas ele também pode morrer de sede’”.

Ao final, a reportagem ainda aponta que “a pressão do governo sobre os bancos já produz algum resultado, mas ainda está longe da pretensão de derrubar de vez os juros na ponta do consumidor. É o que mostra uma pesquisa que será divulgada hoje pela Associação Nacional dos Executivos de Finanças, Administração e contabilidade (Anefac), considerando várias linhas de crédito (juros no comércio, cartão de crédito, cheque especial, CDC e empréstimo pessoal). A taxa média cobrada por bancos, financeiras e no comércio caiu de 6,33% ao mês, em março, para 6,25% em abril — um corte de 0,08 ponto percentual. Anualizado, aquele percentual chega a 106,99%”.

Leia a íntegra da reportagem

Bancos se retratam após ação de Dilma – O Globo

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