Líder do PT na Câmara defende CPI para investigar Cachoeira

“É uma relação que envolve tanto o mundo político, como também empresários, imprensa, Ministério Público, Judiciário - crime organizado dentro do Estado brasileiro”.

Líder do PT na Câmara defende CPI para investigar Cachoeira

O líder do PT na Câmara, Jilmar Tatto (SP), defendeu nesta terça-feira (03/04) a instalação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) na Câmara para investigar as relações entre o contraventor goiano Carlinhos Cachoeira e os três níveis de poder em Goiás, além de setores da mídia.

“É uma relação que envolve tanto o mundo político, como também empresários, imprensa, Ministério Público, Judiciário. Então, é o crime organizado dentro do Estado brasileiro. O fato é grave e tem que ser apurado”, disse.

O líder observou que a CPI poderá aprofundar as investigações feitas pela Polícia Federal, na Operação Monte Carlo, que levou 35 pessoas à prisão, entre elas Cachoeira, pela exploração de jogos ilegais em Goiás.

Tatto lembrou que a Bancada do PT na Câmara apoia a CPI, que já tem número suficiente de assinaturas para ser instalada, mas ponderou que o ideal seria uma CPI mista, com o Senado, já que o senador Demóstenes Torres (DEM-GO) é uma das principais peças do esquema desmontado pela PF.

O líder desafiou o DEM a apoiar a instalação da CPI, já que o ex-PFL continua querendo posar de “paladino da justiça”, como sempre fez Demóstenes Torres. “Se o DEM quer falar de moralidade, que apoie  a CPI”, provocou o líder do PT.

Mídia

Por sua vez, o presidente da Câmara, Marco Maia (PT-RS), afirmou que a lista de contato de Cachoeira é “emblemática: vai desde políticos a membros do Executivo e do Judiciário e chega a jornalistas também”.  Ele lembrou que o bicheiro goiano , ao que consta, teve participação ativa na produção de “matérias e reportagens”.

“Isto tudo nos leva a uma compreensão de que é preciso de fato haver investigação mais aprofundada sobre todas estas relações e o impacto disso tudo na vida do país nos últimos anos”, disse Maia.

Marco Maia disse que está “estupefato” com as denúncias de tráfico de influência envolvendo Demóstenes Torres (GO) e Cachoeira. A relação entre os dois foi revelada por escutas telefônicas da PF. “Não parece razoável que o senador tenha se envolvido da maneira como se envolveu com uma figura carimbada da contravenção”, disse Marco Maia.

Ele não descartou a abertura de uma CPI sobre o caso. “Vamos olhar as investigações para termos condições de definir o que será necessário, se uma CPI, Conselho de Ética ou outros”, disse, enfatizando que a Corregedoria “pode e deve” ser o primeiro caminho para a Câmara analisar as possíveis irregularidades.

O líder do governo, deputado Arlindo Chinaglia (PT-SP), admitiu que a  Câmara poderá instalar a CPI . “Já há assinaturas suficientes e agora a Mesa tem de analisar se há fato determinado. Mas tudo indica que deverá haver a instalação de CPI aqui”, disse.

Equipe Informes

 

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