Lindbergh: perseguição incansável a Lula revela medo de um novo governo popular em 2018

Lindbergh: perseguição incansável a Lula revela medo de um novo governo popular em 2018

Giselle Chassot/PT no Senado

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva sofre uma perseguição incansável de setores da sociedade para quem não é interessante apenas apear uma presidenta legitimamente eleita do cargo e assumir provisoriamente o poder. O objetivo é estrangular qualquer possibilidade de os governos populares voltarem ao poder em 2018 sob o comando de Lula. Para o líder da Minoria no Senado, Lindbergh Farias (RJ), a ideia é transformar as próximas eleições num teatro e, para isso, é necessário inabilitar Lula.

“Eles não deram esse golpe – para restaurar o neoliberalismo e para entregar o pré-sal – para novamente entregar o País lá à frente, em 2018”, assegurou. Para o senador, Lula é o maior representante vivo doe povo trabalhador brasileiro. “Inabilitando, desgastando, criminalizando o presidente Lula, eles se sentem confortáveis para fazer avançar todo um pacote de maldades contra o povo trabalhador brasileiro”. A PEC 241, que congela os investimentos públicos pelos próximos 20 anos é só uma demonstração dessas maldades.

Para embasar seu intento, os procuradores da Operação Lava-Jato que se dedicam a perseguir Lula tentam transformar especulações e ilações partidarizadas em verdade incontestável e prova cabal. “Na verdade, o método de investigação não se baseia apenas na vontade política de destruir Lula e seu legado histórico, mas também numa profunda ignorância sobre temas básicos da economia internacional”, afirmou o senador, enumerando indícios.

Entre eles, as especulações sobre Lula e as exportações de serviço feitas pelo BNDES. “Acusam o ex-Presidente de favorecer governos bolivarianos e socialistas, de gerar empregos no exterior e de receber propinas de empreiteiras que participaram dos contratos de exportação de serviços para esses países, sob a forma de palestras transparentes e legais.  Na verdade, apenas cerca de 2% da carteira do BNDES vão para obras brasileiras no exterior, recordou Lindbergh, destacando que, em 2015,  o BNDES desembolsou apenas 4,5% de sua carteira com exportação de serviços e de bens. “Além disso, nenhum centavo desses empréstimos foi para países ou governos estrangeiros. Os empréstimos são concedidos por lei às empresas brasileiras que fazem as obras, e o dinheiro só pode ser gasto com bens e serviços brasileiros. Como a construção civil possui uma longa cadeia, tais empréstimos têm um impacto muito positivo na economia nacional”, esclareceu.

Para quem ainda insiste na acusação, Lindbergh disse que, ao contrário do que gostam de dizer seus detratores, não foram os países de regimes amigos de Lula que receberam as maiores exportações de serviços brasileiros. “O principal destino dessas exportações foram os Estados Unidos. Os Estados Unidos receberam US$14,3 bilhões financiados em exportações ou 42% do total exportado entre 1998 e 2016. Em contraste, Cuba, Angola, Argentina e Venezuela receberam, somados, US$8,3 bilhões em obras brasileiras”

“Quanto à participação de Lula, só mesmo o mais completo mentecapto ou o mais irracional dos anticomunistas pode imaginar que o ex-presidente poderia ter feito algo ilegal ou mesmo antiético em reuniões que contaram com a participação de diplomatas e que foram devidamente registradas em documentos oficiais do Itamaraty. Aliás, mesmo que quisesse, Lula jamais poderia ter influenciado tais empréstimos, os quais têm de passar por uma longa série de instâncias técnicas para serem aprovados e liberados. Os critérios técnicos do BNDES são rigorosíssimos”, explicitou.

Aproximação com a África

Outro argumento pueril contra Lula é a de que ele teria participado de uma reunião do BNDES onde teria dito que o banco deveria  ‘abrir seus cofres para realizar obras na África e na América do Sul’.  “É a piada do ano. Qualquer estudante secundarista sabe que a aproximação com a África e a integração regional se constituem em pilares básicos da política externa do Brasil, disse, estranhando o fato de que os procuradores estão tentando criminalizar valores estratégicos da política externa brasileira, que é uma política de Estado. Diga-se de passagem, a integração regional, a integração latino-americana está inscrita como princípio básico de nossa política externa na Constituição Federal. Lula é criminoso por que segue a Constituição? Por que defende o Brasil e suas empresas?”, questionou.

Por fim, criminalizar as palestras de Lula é desconhecer aspectos básicos da vida de ex-presidentes, porque é isso o que eles fazem, explicou Lindbergh: eles vivem dando palestras pelo mundo.

“Talvez seu [dos procuradores] ódio a Lula  reflita, no fundo, o ódio e o desprezo que os setores mais atrasados das nossas elites dedicam ao Brasil, ao seu povo. Talvez o que mais incomode a eles seja o fato de que Lula não é um vira-lata e um vendilhão do patrimônio público, como outros são, mas Lula está muito acima do ódio, dos preconceitos, das perseguições mesquinhas.

 

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