Lula aproveita palestra para cutucar adversários

Lula aproveita palestra para cutucar adversários

Ele pode até não ter dito a quem se referia, mas a plateia entendeu perfeitamente. Durante palestra no V Fórum Ministerial de Desenvolvimento, nessa quarta-feira (30/05), o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva cutucou o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Gilmar Mendes, que tem disparado críticas e denúncias sobre uma suposta articulação para adiar até que se esgote o prazo legal para o julgamento do mensalão. Depois do discurso, saiu sem dar entrevistas ou maiores detalhes sobre o alvo da provocação.

Em pé, “para que não digam depois que eu estou doente”, Lula disse que precisa “tomar cuidado” com pessoas “estão aí no pedaço” e que não gostam dele. “Vocês sabem que tem muita gente que gosta de mim, mas tem algumas pessoas que não gostam. Eu tenho que tomar cuidado contra essas. São minoria, mas estão aí, né, no pedaço”, afirmou, sem citar nomes, no início da palestra sobre políticas para redução da desigualdade social”

Embora não tenha feito qualquer referência a Gilmar Mendes ou ao episódio  que gerou ditos e desmentidos por conta da reportagem da revista “Veja” que relatou um encontro entre os dois, Lula não perdeu a oportunidade de mostrar que trata o assunto como é de seu hábito: com ironia e bom-humor.

Segundo a revista, Lula teria pressionado o ministro com o objetivo de adiar o julgamento do mensalão. Em troca, teria oferecido a Mendes proteção na CPI do Cachoeira, em razão de uma viagem do ministro a Berlim, em companhia do senador Demóstenes Torres.  O bate-boca se estendeu. Lula divulgou uma nota negando a pressão. O ministro da Defesa, Nélson Jobim – em cujo escritório ocorreu o encontro – disse que Lula e Mendes não estiveram sozinhos em momento algum e que não houve qualquer mal-estar ou conversa suspeita entre os dois. Gilmar Mendes ainda chegou a recuar e apresentou versões diferentes.

 “O procurador Antonio Fernando de Souza apresentou a denúncia do chamado Mensalão ao STF e depois disso foi reconduzido ao cargo. Eu indiquei oito ministros do Supremo e nenhum deles pode registrar qualquer pressão ou injunção minha em favor de quem quer que seja”, afirmou Lula na nota.

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Foto: Ricardo Stuckert

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